Agora são os tubarões, depois das abelhas e das formigas (sabia que não era possível ter tanta formiga procriando assim no mundo!). Passaram a se reproduzir sozinhas, sem fazer sexo, porque a espécie está sofrendo com a drástica redução da população. O jeito que as tubaroas-martelo acharam de não serem extintas foi esse - partenogênese. Cansaram de esperar.
Eu tenho feito algumas pesquisas na área e temo pela próxima decisão das ditas mulheres de atitude. O nível de contagem de espermatozóides nos homens caiu nos últimos 50 anos, e espermatozóides disformes ou imóveis ficaram comuns. Elas já vinham lidando com metro-sexuais, com homens cujo “problema sou eu e não você”, até homens confusos agüentaram. Agora essa? Tenho medo, eu e Regina Duarte.
Por mais que meu professor de estatística diga que pesquisas são como biquínis e mostram tudo menos o que importa, elas me permitem elaborar teorias geniais que podem salvar o mundo. E me distraem. A extinção de príncipes encantados, acabei de desvendar. Girinos defeituosos, sapos ficam sapos ad eternum. Graças às colegas tubaroas-martelo já sei que nem tudo está perdido, mas Deus queira que não precisemos chegar ao ponto de vermos sex shops se tornarem mais rentáveis do que ações da Vale.
Vamos lá, ala macho: calor afeta a morfologia dos espermatozóides, e quem vive no Rio sabe o que é o verão por aqui. Eles nadam, logo, se o homem não beber muita água, uma nova geração de girininhos terá que aprender a andar. Menos girinos, menos sapos, menos príncipes, nozes, pimentões, repolho e laticínios ajudam a vida dos espermatozóides. Se entupam disso! E há uma incompatibilidade grave: beber promove a integração, mas ao mesmo tempo a bebida é culpada pela baixa contagem das criaturinhas. Menos chopp, mais cara de pau ao natural. Se virem.
Ah, peixe rico em omega 3 também é bom para a cabeça. Do espermatozóide, querido.
29.5.07
24.5.07
Por mares nunca dantes navegados
Logo que cheguei por ali, tudo entendi. Aquela gente explicava muito sobre a minha gente. Eu vinha da Espanha e um brasileiro, residente em Lisboa desde os tempos de Collor, avisou: você não está mais na Europa. Eu já elaborava uma teoria a respeito dos europeus que envolve escadas rolantes e ruas: como desembarquei em Praga e fui descendo por alguns países até chegar à Espanha, reparei que quanto mais ao sul, menos pessoas ficavam do lado direito das escadas rolantes para que os apressados pudessem correr pela esquerda. Da mesma forma, mais pedestres atravessavam a rua fora da faixa.
Temendo que a civilidade diminuísse drasticamente, ao ouvir a frase do meu anfitrião já imaginei encontrar nas ruas da capital portuguesa uma baderna. A cidade estava em obras, era o nascimento do euro, mas tudo transcorria na maior organização. Os monumentos eram imponentes, havia castelos, arte, nem sinal dos viciados e traficantes que outrora ocuparam a cidade. Então por que ele teria dito aquilo? Porque de certa forma eu estava em casa, tão distante da rigidez britânica quanto da malandragem carioca, mas aquela gente não me olhava e exclamava “Pelé, Ronaldo!”. Me conheciam, ficavam mais felizes ao ouvir Rio de Janeiro por pensar nos cenários das novelas do que nas bundas das mulatas sambando na praia. Pela primeira vez nas minhas andanças eu não era olhada com curiosidade, mas com admiração.
O mais inusitado da viagem foi descobrir um outro lado da História, ver aquele tal de Cabral junto com Vasco da Gama e Camões às margens do rio Tejo, me sentir vasculhando capítulos dos livros que foram arrancados e nunca chegaram nas escolas brasileiras. A partir daí têm muitas passagens envolvendo deliciosos pastéis de Belém, greve de eléctricos e o imperdível Palácio da Pena, mas hoje o principal é a lembrança de um povo muito amável.
Voltei a Portugal! Estou em Estoril, e vim por mares nunca dantes navegados: cheguei via web! Fui tão bem recebida quanto da primeira vez e meu pouso por aqui é no blog Pipáterra, que me trouxe à terrinha com um carinhoso post sobre minhas palavras pecadoras nascidas ao sul do Equador. Bué fixe.
Temendo que a civilidade diminuísse drasticamente, ao ouvir a frase do meu anfitrião já imaginei encontrar nas ruas da capital portuguesa uma baderna. A cidade estava em obras, era o nascimento do euro, mas tudo transcorria na maior organização. Os monumentos eram imponentes, havia castelos, arte, nem sinal dos viciados e traficantes que outrora ocuparam a cidade. Então por que ele teria dito aquilo? Porque de certa forma eu estava em casa, tão distante da rigidez britânica quanto da malandragem carioca, mas aquela gente não me olhava e exclamava “Pelé, Ronaldo!”. Me conheciam, ficavam mais felizes ao ouvir Rio de Janeiro por pensar nos cenários das novelas do que nas bundas das mulatas sambando na praia. Pela primeira vez nas minhas andanças eu não era olhada com curiosidade, mas com admiração.
O mais inusitado da viagem foi descobrir um outro lado da História, ver aquele tal de Cabral junto com Vasco da Gama e Camões às margens do rio Tejo, me sentir vasculhando capítulos dos livros que foram arrancados e nunca chegaram nas escolas brasileiras. A partir daí têm muitas passagens envolvendo deliciosos pastéis de Belém, greve de eléctricos e o imperdível Palácio da Pena, mas hoje o principal é a lembrança de um povo muito amável.
Voltei a Portugal! Estou em Estoril, e vim por mares nunca dantes navegados: cheguei via web! Fui tão bem recebida quanto da primeira vez e meu pouso por aqui é no blog Pipáterra, que me trouxe à terrinha com um carinhoso post sobre minhas palavras pecadoras nascidas ao sul do Equador. Bué fixe.
21.5.07
Help! (I love somebody)
Vai ser piegas, brega, ridículo, mas Fernando Pessoa já avisou há anos e, se nem ele escapou, estou livre dessa responsabilidade: a de escrever uma declaração de amor legal. Falei declaração de amor? Droga. O que seja, quero escrever agora porque, para variar, quero registrar meus felizes pensamentos e minhas felizes impressões a respeito deste relacionamento. E quem sabe assim libertar os relacionamentos em geral.
Freud deve estar rindo do óbvio – depois de tantos anos de divã resolvo documentar essa euforia pra me convencer daqui a uma semana, talvez um pouco mais ou menos, de que talvez se possa ser feliz por mais do que alguns efêmeros instantes. Tudo por quê? Um telefonema. E dizem que crianças se satisfazem com pouco. Era só pra dizer oi, saber se estava tudo bem. Como as coisas são, estava tudo planejado para eu não atender quando você ligasse, minha única tática de resistência. Como as coisas são, sou uma péssima estrategista.
Quando passei a encarnar xiitamente o conceito de que as coisas devem ser como queremos? Que o mundo deve se adaptar às nossas necessidades, pessoas fortes, decididas, que não se contentam com pouco, não tem medo, raciocinam em detrimento do que sentem, não se deixam levar pelas emoções apesar de reconhecê-las, o que talvez as levem a crer que, assumindo-as, possam controlá-las e modificá-las. Velha história de que o pior inimigo é aquele que não conhecemos. Sabendo o que me atinge, posso lutar contra ele. E de repente eu estava lutando contra moinhos de vento, não tinha ninguém me atacando! Isso começou quando vi o que os outros fazem para não ficarem sozinhos. Já vi gente que não fuma sair para comprar cigarros só para ter alguns minutos de paz. O problema estava em mim. (novidade).
E se agora eu não estiver a fim de ficar sozinha? (argh). É uma epidemia! E não é só isso. Para piorar, ao tocar o telefone veio a bomba. Estava meio triste antes do telefone tocar. Estou romântica? É raríssimo gostar de alguém, raríssimo encontrar outra pessoa que corresponda ao meu sentimento, que desperte admiração, respeito, que me faça querer ser melhor, mais bonita, mais inteligente, mais culta, mais sexy, caramba, muita gente nem sabe o que é essa palavra! Pronto, quer agradar Freud? Explica sexualmente. É uma questão de tesão, de aprendizagem sexual. Ufa, assim está mais tranqüilo. Sem carência, sem romance, sem cara de drogada.
Olha, estou cansada, daqui a pouco preciso trabalhar, essas idéias originárias da sua ligação oi tudo bem me tiraram o sono e preciso explicá-las cerebralmente. Tenho muito mais vontade de estar com você do que estou e ainda não acho que esteja virando uma mulher submissa. Estou ficando cega! Preciso ser interditada! A paixão é uma merda. Você se encanta com alguém e pronto, perde o controle da sua vida, seu bem estar fica à mercê de outra pessoa, é horrível, não devia ser assim. Mas é.
Ainda posso usar minha pouca resistência para não virar uma deprimida, dependente e psicótica. Até quando? Não sei. Porque nesse exato momento, dez pras cinco da madrugada, estou achando tudo lindo. Feels good, felt fucking good enquanto ouvia as suas palavras banais no telefone.
O resto resolvo daqui a pouco, quando a carência trouxer a insegurança, o ciúme e sua gangue. É sempre ela. Agora, está sendo sempre você.
Freud deve estar rindo do óbvio – depois de tantos anos de divã resolvo documentar essa euforia pra me convencer daqui a uma semana, talvez um pouco mais ou menos, de que talvez se possa ser feliz por mais do que alguns efêmeros instantes. Tudo por quê? Um telefonema. E dizem que crianças se satisfazem com pouco. Era só pra dizer oi, saber se estava tudo bem. Como as coisas são, estava tudo planejado para eu não atender quando você ligasse, minha única tática de resistência. Como as coisas são, sou uma péssima estrategista.
Quando passei a encarnar xiitamente o conceito de que as coisas devem ser como queremos? Que o mundo deve se adaptar às nossas necessidades, pessoas fortes, decididas, que não se contentam com pouco, não tem medo, raciocinam em detrimento do que sentem, não se deixam levar pelas emoções apesar de reconhecê-las, o que talvez as levem a crer que, assumindo-as, possam controlá-las e modificá-las. Velha história de que o pior inimigo é aquele que não conhecemos. Sabendo o que me atinge, posso lutar contra ele. E de repente eu estava lutando contra moinhos de vento, não tinha ninguém me atacando! Isso começou quando vi o que os outros fazem para não ficarem sozinhos. Já vi gente que não fuma sair para comprar cigarros só para ter alguns minutos de paz. O problema estava em mim. (novidade).
E se agora eu não estiver a fim de ficar sozinha? (argh). É uma epidemia! E não é só isso. Para piorar, ao tocar o telefone veio a bomba. Estava meio triste antes do telefone tocar. Estou romântica? É raríssimo gostar de alguém, raríssimo encontrar outra pessoa que corresponda ao meu sentimento, que desperte admiração, respeito, que me faça querer ser melhor, mais bonita, mais inteligente, mais culta, mais sexy, caramba, muita gente nem sabe o que é essa palavra! Pronto, quer agradar Freud? Explica sexualmente. É uma questão de tesão, de aprendizagem sexual. Ufa, assim está mais tranqüilo. Sem carência, sem romance, sem cara de drogada.
Olha, estou cansada, daqui a pouco preciso trabalhar, essas idéias originárias da sua ligação oi tudo bem me tiraram o sono e preciso explicá-las cerebralmente. Tenho muito mais vontade de estar com você do que estou e ainda não acho que esteja virando uma mulher submissa. Estou ficando cega! Preciso ser interditada! A paixão é uma merda. Você se encanta com alguém e pronto, perde o controle da sua vida, seu bem estar fica à mercê de outra pessoa, é horrível, não devia ser assim. Mas é.
Ainda posso usar minha pouca resistência para não virar uma deprimida, dependente e psicótica. Até quando? Não sei. Porque nesse exato momento, dez pras cinco da madrugada, estou achando tudo lindo. Feels good, felt fucking good enquanto ouvia as suas palavras banais no telefone.
O resto resolvo daqui a pouco, quando a carência trouxer a insegurança, o ciúme e sua gangue. É sempre ela. Agora, está sendo sempre você.
18.5.07
Já leu Tribuneiros hoje?
Você vem sempre aqui?
Cadê o namorado?
Vocês não pensam em casar não?
Você vai ficar chateada se eu fizer isso?
Você pode vir no sábado terminar o trabalho?
Posso te conhecer?
Você está na fila?
O que você quer ser agora que cresceu?
Conselho gratuito de uma garota não desse tipo: o céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu.
make your own kind of music, sing your own special song even if nobody else sings along
Cadê o namorado?
Vocês não pensam em casar não?
Você vai ficar chateada se eu fizer isso?
Você pode vir no sábado terminar o trabalho?
Posso te conhecer?
Você está na fila?
O que você quer ser agora que cresceu?
Conselho gratuito de uma garota não desse tipo: o céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu.
make your own kind of music, sing your own special song even if nobody else sings along
14.5.07
Habemus dogmas
Então o Papa foi embora. Eu achei que ele fosse ficar para o Pan, excomungar mais uma galera, preparei até uma lista de sugestões, mas ele voltou para Roma que é terra boa. Deve ter voltado exausto, mas aquela exaustão feliz. Convenhamos: o Papa adorou o Brasil! E isso que ele esteve em São Paulo, fosse no Rio ou Salvador corríamos o risco dele ficar pro Carnaval (nesse sentido “ficar” não é pecado, ok?).
Coitado, talvez nem tenha demorado tanto por aqui, mas foi aquela visita presente demais, né? Que o diga o ministro da Saúde... E Papa é o João Paulo, fofinho. Bentoxisveí tem carinha de malvado, ex-hittleriano e cheio de opiniões, não é pop. Mas até que deu suas risadas.
Ateísmos e racionalizações à parte, é comovente ver a felicidade dos que realmente têm fé no momento em que o Papa aparece. Se os Beatles me convidassem para uma jam session eu teria reação semelhante, com a diferença de que eles não poderiam me aconselhar nem me acolher nem transmitiriam a sensação de paz que um líder espiritual passa (nesse caso eu teria que me encontrar com o Maharishi). Logo, é triste constatar que nunca saberei o que passa dentro daqueles católicos de cara com o sumo-sacerdote. Adoraria ter um sumo-sacerdote. Adoraria ter um ser superior que regesse minha vida e me apoiasse, nem que fosse para eu poder culpá-lo ou dizer “se vira aí em cima que aqui embaixo ferrou”.
Em compensação, sei que métodos anti-concepcionais são uma benção da ciência, estudos com células-tronco são um avanço indiscutível e isenção fiscal, hahaha, posso ter também? Opinião de uma excomungada destemida: a não-flexibilização da empresa Igreja para se adaptar às modificações de seu público, idéia defendida por Bentoxisveí, é um plano questionável quando se trata de marketing, e ainda mais quando envolve ideologias (que eu, pope, também imaginava superadas).
Mas, como não entendo muito de religião, sigo indo a batizados, casamentos e funerais quando convêm e separando o joio do trigo. Como o padre que sugeriu humildade, doçura e paciência na criação dos filhos. Bonitinho, super nanny. Logo depois brincou com os pequeninos que estavam ali tomando água na cabeça: “sempre batizo mais meninas do que meninos. Ou seja, rapazes, a oferta está boa para vocês”. Até tu, padre?
Coitado, talvez nem tenha demorado tanto por aqui, mas foi aquela visita presente demais, né? Que o diga o ministro da Saúde... E Papa é o João Paulo, fofinho. Bentoxisveí tem carinha de malvado, ex-hittleriano e cheio de opiniões, não é pop. Mas até que deu suas risadas.
Ateísmos e racionalizações à parte, é comovente ver a felicidade dos que realmente têm fé no momento em que o Papa aparece. Se os Beatles me convidassem para uma jam session eu teria reação semelhante, com a diferença de que eles não poderiam me aconselhar nem me acolher nem transmitiriam a sensação de paz que um líder espiritual passa (nesse caso eu teria que me encontrar com o Maharishi). Logo, é triste constatar que nunca saberei o que passa dentro daqueles católicos de cara com o sumo-sacerdote. Adoraria ter um sumo-sacerdote. Adoraria ter um ser superior que regesse minha vida e me apoiasse, nem que fosse para eu poder culpá-lo ou dizer “se vira aí em cima que aqui embaixo ferrou”.
Em compensação, sei que métodos anti-concepcionais são uma benção da ciência, estudos com células-tronco são um avanço indiscutível e isenção fiscal, hahaha, posso ter também? Opinião de uma excomungada destemida: a não-flexibilização da empresa Igreja para se adaptar às modificações de seu público, idéia defendida por Bentoxisveí, é um plano questionável quando se trata de marketing, e ainda mais quando envolve ideologias (que eu, pope, também imaginava superadas).
Mas, como não entendo muito de religião, sigo indo a batizados, casamentos e funerais quando convêm e separando o joio do trigo. Como o padre que sugeriu humildade, doçura e paciência na criação dos filhos. Bonitinho, super nanny. Logo depois brincou com os pequeninos que estavam ali tomando água na cabeça: “sempre batizo mais meninas do que meninos. Ou seja, rapazes, a oferta está boa para vocês”. Até tu, padre?
13.5.07
On the road
Ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos.
E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): “Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace al andar”.
Caio Fernando Abreu no dia das mães.
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás
E Marisa.
E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): “Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace al andar”.
Caio Fernando Abreu no dia das mães.
Porque eu te adoro cada vez mais
Eu só quero que você siga para onde quiser
Que eu não vou ficar muito atrás
E Marisa.
11.5.07
Ela. E eu.
Mãe só tem uma e vê lá se isso é algo que deva ser dito impunemente. Vai que alguém resolve clonar mãe por aí, decide que melhor seria ter várias!
Mãe só tem uma porque seria impossível para nós, filhos, administrarmos mais do que isso. Ofertas especiais para o Dia Oficial do "Leva um Casaquinho" em Tribuneiros.com
Mãe só tem uma porque seria impossível para nós, filhos, administrarmos mais do que isso. Ofertas especiais para o Dia Oficial do "Leva um Casaquinho" em Tribuneiros.com
7.5.07
Pinguins rubro-negros
Eu espero acontecimentos.
Só que quando anoitece as pessoas gritam é campeão e eu acesso globo.com para ver se torcem para o Flamengo ou Botafogo.
A decisão vai para os pênaltis. Por aqui, Canadá e Austrália financiam profissionais graduados que queiram migrar para seu gelo ou suas praias.
Talvez eu esteja lutando por um ideal que se comprova a cada dia menos ideal. Esteja seguindo a cartilha que escrevi na infância sem me tocar que em algum momento ela deveria ter sido atualizada.
Penso se o vizinho vai se jogar da janela quando acabar de berrar Souza. Acho que Souza o deixou para comprar cigarros e nunca mais voltou. Descubro que Souza é um jogador.
30 anos é adulto, mas não aquele adulto que nem suas Barbies foram já que elas tinham 20 e poucos, o Ken, uma casa enorme e carro conversível.
O Baixo Gávea vai lotar, as pessoas vão se abraçar imundas de suor e cerveja porque pooooorraaaaaaaaaa meeeeermão.
Sarkozy é eleito presidente na França. Imagino que ele vá descobrir meus planos e criar uma lei proibindo brasileiras bipolares de pisar em Paris.
Os carros começam a deixar o Maracanã e entoam pelo caminho “Obina vai voltar”. Será uma ameaça, maldição, uma prece?
Não saber o que se quer ser quando crescer é pior quando você já cresceu. Pior quando sua angústia acusa o mundo de ser injusto justamente porque você não consegue lidar com a culpa, confunde o significado de fracasso, não entende que o futuro é como os objetos no espelho e está mais perto do que parece.
Que torcida é essa?
Sigo a massa. Algo me diz em rubro-negro que o sofrimento leva além.
Um boneco do Shrek uniformizado é sacudido junto com uma bandeira. As pessoas xingam Dodô. Mais tarde xingarão Eurico. Aproveito para xingar diversos desafetos.
Durante o verão uma garçonete na Riviera Francesa ganha mil e quatrocentos euros, e mil em estações de esqui nos Alpes durante o inverno.
Já passa da meia-noite. Uma criança com máscara de urubu é jogada para cima. Torço para que não se esqueçam de segurá-la na descida.
No último verão muitos pingüins apareceram no litoral do Rio. Disseram que eles se perderam do grupo por causa das correntes marítimas, mas pode ser que só tenham querido experimentar outra coisa.
Já passa da meia-noite e meia. Outra criança fuma um baseado do tamanho das faixas vermelho-e-pretas.
Não pretendo ganhar um Nobel, subir o Everest nem me tornar a primeira presidente da França, mas depois de conseguir pagar mensalmente o aluguel e passar mais de uma semana com a mesma pessoa num mundo de quase 7 bilhões, vou correr atrás de que grande feito?
As pessoas gritam Flamengo é minha vida Flamengo é minha história. Mais tarde gritarão letras do Ultraje a Rigor. Aproveito para gritar Revoluções por Minuto.
Acho que o D2 sorri para mim. Talvez ele esteja sorrindo ininterruptamente desde as 7 da noite.
No dia seguinte descubro que um impedimento marcado errado impediu Dodô de fazer o terceiro gol do Botafogo. Ele foi expulso. Meu nome é Enéas morreu. A Virada Cultural em São Paulo viu a Praça da Sé virar uma praça de guerra.
Ô, Obina é melhor que o Eto’o. Obina é melhor que o Eto’o.
Só que quando anoitece as pessoas gritam é campeão e eu acesso globo.com para ver se torcem para o Flamengo ou Botafogo.
A decisão vai para os pênaltis. Por aqui, Canadá e Austrália financiam profissionais graduados que queiram migrar para seu gelo ou suas praias.
Talvez eu esteja lutando por um ideal que se comprova a cada dia menos ideal. Esteja seguindo a cartilha que escrevi na infância sem me tocar que em algum momento ela deveria ter sido atualizada.
Penso se o vizinho vai se jogar da janela quando acabar de berrar Souza. Acho que Souza o deixou para comprar cigarros e nunca mais voltou. Descubro que Souza é um jogador.
30 anos é adulto, mas não aquele adulto que nem suas Barbies foram já que elas tinham 20 e poucos, o Ken, uma casa enorme e carro conversível.
O Baixo Gávea vai lotar, as pessoas vão se abraçar imundas de suor e cerveja porque pooooorraaaaaaaaaa meeeeermão.
Sarkozy é eleito presidente na França. Imagino que ele vá descobrir meus planos e criar uma lei proibindo brasileiras bipolares de pisar em Paris.
Os carros começam a deixar o Maracanã e entoam pelo caminho “Obina vai voltar”. Será uma ameaça, maldição, uma prece?
Não saber o que se quer ser quando crescer é pior quando você já cresceu. Pior quando sua angústia acusa o mundo de ser injusto justamente porque você não consegue lidar com a culpa, confunde o significado de fracasso, não entende que o futuro é como os objetos no espelho e está mais perto do que parece.
Que torcida é essa?
Sigo a massa. Algo me diz em rubro-negro que o sofrimento leva além.
Um boneco do Shrek uniformizado é sacudido junto com uma bandeira. As pessoas xingam Dodô. Mais tarde xingarão Eurico. Aproveito para xingar diversos desafetos.
Durante o verão uma garçonete na Riviera Francesa ganha mil e quatrocentos euros, e mil em estações de esqui nos Alpes durante o inverno.
Já passa da meia-noite. Uma criança com máscara de urubu é jogada para cima. Torço para que não se esqueçam de segurá-la na descida.
No último verão muitos pingüins apareceram no litoral do Rio. Disseram que eles se perderam do grupo por causa das correntes marítimas, mas pode ser que só tenham querido experimentar outra coisa.
Já passa da meia-noite e meia. Outra criança fuma um baseado do tamanho das faixas vermelho-e-pretas.
Não pretendo ganhar um Nobel, subir o Everest nem me tornar a primeira presidente da França, mas depois de conseguir pagar mensalmente o aluguel e passar mais de uma semana com a mesma pessoa num mundo de quase 7 bilhões, vou correr atrás de que grande feito?
As pessoas gritam Flamengo é minha vida Flamengo é minha história. Mais tarde gritarão letras do Ultraje a Rigor. Aproveito para gritar Revoluções por Minuto.
Acho que o D2 sorri para mim. Talvez ele esteja sorrindo ininterruptamente desde as 7 da noite.
No dia seguinte descubro que um impedimento marcado errado impediu Dodô de fazer o terceiro gol do Botafogo. Ele foi expulso. Meu nome é Enéas morreu. A Virada Cultural em São Paulo viu a Praça da Sé virar uma praça de guerra.
Ô, Obina é melhor que o Eto’o. Obina é melhor que o Eto’o.
3.5.07
2.5.07
Oh yes, oh no, noooooo!
Sharon Stone está sentada prestando depoimento. Um coque, um cigarro. Sob o vestido branco, nada. Descruza as pernas, mantém aquele olhar come on tiger, cruza novamente. Joe Pesci arranca a gravata e a agarra pelos cabelos. Corta! Joe Pesci? Sem condição. Ingrediente número 1 para uma cena de sexo passar de excitante a patética em um take: pessoas bizarras. Ele não estava em Instinto Selvagem, mas pegou Sharon em Casino e a tensão sexual entre os dois é... ok, próximo.
Catherine Deneuve e Susan Sarandon levaram milhares de pessoas ao cinema (na maioria homens, por que será?) para vê-las rolando na cama em Fome de Viver. Assistindo hoje à cena, meu deus, é uma piada? Aquele cabelo anos 80, parece que elas vão cantar Walk like an Egyptian ou outro hit desses. E Catherine Deneuve agressivamente gay? Desconfio...
Você olha para um pote de manteiga e pensa em sexo anal? Sim, se você for o Marlon Brando. Maria Schneider, O Ultimo Tango em Paris, muitos quilos a menos, muitas expressões intrigadas na platéia a mais. Isso é sexy? De tão parodiadas, algumas cenas antológicas acabaram passando de eróticas a risíveis: frutas, mel, venda nos olhos, Nove e Meia Semanas de Amor. Na época aumentou a venda de compotas de frutas, hoje nas sex shops elas ficam nas prateleiras das tangas de oncinha para homens?
Alguns comentários são maldosos: Titanic, Kate Winslet, Leonardo di Caprio e um carro bem pequeno. Para começar já seria difícil a Kate Winslet caber naquele banco de trás sozinha, o que leva a pensar se a batida de mão do Leo no vidro embaçado não é um pedido de socorro. Não, na hora não estava tocando Celine Dion, a coisa também não era tão ruim.
Quem viu Sex and the City vai entender essa piada de cara: você imagina o Trey, marido da Charlotte, um vulcão sexual? Ele está em uma piscina, oh babe, com uma atriz loura, sexo selvagem. Ela se debate, mexe os braços, joga o pescoço para trás, mas é tanto que parece um ataque de epilepsia ou uma brincadeirinha de maremoto! O filme é Showgirls, mas tem quem jure que essa cena era para estar em Tubarão.
Nicholas Cage e Cher em Feitiço da Lua. Paris Hilton e o namorado no vídeo caseiro. Tarcísio Meira e... calma, brincadeira! Clássicas cenas calientes volta e meia surgem na conversa – Brown Bunny, Nove Canções, Y tu mama también – mas fazer uma lista das piores cenas de sexo pode ser hilariante. O júri está à solta.
Catherine Deneuve e Susan Sarandon levaram milhares de pessoas ao cinema (na maioria homens, por que será?) para vê-las rolando na cama em Fome de Viver. Assistindo hoje à cena, meu deus, é uma piada? Aquele cabelo anos 80, parece que elas vão cantar Walk like an Egyptian ou outro hit desses. E Catherine Deneuve agressivamente gay? Desconfio...
Você olha para um pote de manteiga e pensa em sexo anal? Sim, se você for o Marlon Brando. Maria Schneider, O Ultimo Tango em Paris, muitos quilos a menos, muitas expressões intrigadas na platéia a mais. Isso é sexy? De tão parodiadas, algumas cenas antológicas acabaram passando de eróticas a risíveis: frutas, mel, venda nos olhos, Nove e Meia Semanas de Amor. Na época aumentou a venda de compotas de frutas, hoje nas sex shops elas ficam nas prateleiras das tangas de oncinha para homens?
Alguns comentários são maldosos: Titanic, Kate Winslet, Leonardo di Caprio e um carro bem pequeno. Para começar já seria difícil a Kate Winslet caber naquele banco de trás sozinha, o que leva a pensar se a batida de mão do Leo no vidro embaçado não é um pedido de socorro. Não, na hora não estava tocando Celine Dion, a coisa também não era tão ruim.
Quem viu Sex and the City vai entender essa piada de cara: você imagina o Trey, marido da Charlotte, um vulcão sexual? Ele está em uma piscina, oh babe, com uma atriz loura, sexo selvagem. Ela se debate, mexe os braços, joga o pescoço para trás, mas é tanto que parece um ataque de epilepsia ou uma brincadeirinha de maremoto! O filme é Showgirls, mas tem quem jure que essa cena era para estar em Tubarão.
Nicholas Cage e Cher em Feitiço da Lua. Paris Hilton e o namorado no vídeo caseiro. Tarcísio Meira e... calma, brincadeira! Clássicas cenas calientes volta e meia surgem na conversa – Brown Bunny, Nove Canções, Y tu mama también – mas fazer uma lista das piores cenas de sexo pode ser hilariante. O júri está à solta.
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