– E quando o Flamengo ganhar?
– Eu fico na calçada do Braseiro, você no Hipódromo.
– Ok.
– É isso?
– É isso.
Uma separação total e de bem em Tribuneiros.com.
21.11.07
16.11.07
Know all of the things that make you who you are
Meu livro de cabeceira é 1000 Lugares para Conhecer Antes de Morrer. Assim, quando o despertador toca e o corpo diz que não vai, olho para ele, para o extrato do banco preso no mural e vou trabalhar. Viajo muito mais sem sair do lugar do que com o pé na estrada, mas pelo menos a crise nas idéias não depende do governo como a aérea.
Agora foi lançado 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer, onde 90 jornalistas e críticos de música apresentam uma seleção dos álbuns mais inesquecíveis de todos os tempos. Desde que eu recuperava fitas K7 com durex e as enrolava com caneta Bic meu playlist mudou muito (passou inclusive a se chamar playlist). Xeretando o que escrevi há exatos 2 anos no blog antigo, achei esse texto:
"(...) Músicas marcam momentos das nossas vidas até que montamos nossa própria trilha sonora. Eu tive a certeza de estar vivendo um desses momentos únicos quando ouvi Maroon 5 num show em Praga. Pôr do sol, 10 graus de primavera, neve derretendo e a praça principal enfeitada para o dia de São Patrício. Todas as pessoas cantavam baixinho, e eu sempre volto para aquele lugar quando ouço She Will be Loved de novo. Um bloco de Carnaval lava a alma, e quando caiu um temporal na hora em que o Cordão do Bola Preta tocava Explode Coração, não ficou um inteiro. Passei a adolescência na California de tanto que ouvi All Eyes on Me. Orishas é a cara de Barcelona.
(...) Foi assim que me encantei por Los Hermanos. Vivia tão triste que ouvir Mais uma Canção era o conforto de saber que eu não estava sozinha, alguém já tinha sobrevivido àquela dor. Ou não, e a genialidade do artista está em conseguir detectar o que vai no coração das pessoas e transformar aquilo em música. Tenho ouvido muito Zélia Duncan, Black Eyed Peas e Vanessa da Matta. Dependendo do momento, ouço Even Flow ou Maggie May. E nessa de andar na praia para ficar muito tempo só ouvindo música, descobri Doesn’t Remind Me, do Audioslave. Fala de coisas que o autor gosta por não trazer lembranças de nada: The things that I've loved/ the things that I've lost/ The things I've held sacred/ that I've dropped/ I won't lie no more you can bet/ I don't want to learn what I'll need to forget. Essa é a armadilha das músicas. Vão sempre remind me of something, não tem como escapar".
Black Eyed Peas? Zelia Duncan? Ano vai, ano vem, continuo ouvindo essa do Audioslave. E hoje me peguei cantando Vanessa da Matta (mas só essa!)
...Tudo o que quer de mim/ Irreais expectativas desleais...
So many special people in the world... A APAE está cheia delas.
Agora foi lançado 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer, onde 90 jornalistas e críticos de música apresentam uma seleção dos álbuns mais inesquecíveis de todos os tempos. Desde que eu recuperava fitas K7 com durex e as enrolava com caneta Bic meu playlist mudou muito (passou inclusive a se chamar playlist). Xeretando o que escrevi há exatos 2 anos no blog antigo, achei esse texto:
"(...) Músicas marcam momentos das nossas vidas até que montamos nossa própria trilha sonora. Eu tive a certeza de estar vivendo um desses momentos únicos quando ouvi Maroon 5 num show em Praga. Pôr do sol, 10 graus de primavera, neve derretendo e a praça principal enfeitada para o dia de São Patrício. Todas as pessoas cantavam baixinho, e eu sempre volto para aquele lugar quando ouço She Will be Loved de novo. Um bloco de Carnaval lava a alma, e quando caiu um temporal na hora em que o Cordão do Bola Preta tocava Explode Coração, não ficou um inteiro. Passei a adolescência na California de tanto que ouvi All Eyes on Me. Orishas é a cara de Barcelona.
(...) Foi assim que me encantei por Los Hermanos. Vivia tão triste que ouvir Mais uma Canção era o conforto de saber que eu não estava sozinha, alguém já tinha sobrevivido àquela dor. Ou não, e a genialidade do artista está em conseguir detectar o que vai no coração das pessoas e transformar aquilo em música. Tenho ouvido muito Zélia Duncan, Black Eyed Peas e Vanessa da Matta. Dependendo do momento, ouço Even Flow ou Maggie May. E nessa de andar na praia para ficar muito tempo só ouvindo música, descobri Doesn’t Remind Me, do Audioslave. Fala de coisas que o autor gosta por não trazer lembranças de nada: The things that I've loved/ the things that I've lost/ The things I've held sacred/ that I've dropped/ I won't lie no more you can bet/ I don't want to learn what I'll need to forget. Essa é a armadilha das músicas. Vão sempre remind me of something, não tem como escapar".
Black Eyed Peas? Zelia Duncan? Ano vai, ano vem, continuo ouvindo essa do Audioslave. E hoje me peguei cantando Vanessa da Matta (mas só essa!)
...Tudo o que quer de mim/ Irreais expectativas desleais...
So many special people in the world... A APAE está cheia delas.
11.11.07
Tá
Ficou tudo igual.
Daqui a quinze minutos eu levanto.O ventilador chacoalhando no teto. O homem serrando as madeiras na minha janela. Copo de leite no café da manhã. Boca rachada. Carro sujo. Preguiça de ir à pé para a academia. Os filmes continuam estreando nos cinemas, o telefone continua ligado, os classificados saem toda semana cheios de ofertas. A areia continua um pouco suja, mas a água ainda é refrescante. Caminhar do 12 ao 10 é pouco, mas desperta. Esse sol que não sai. Só tudo mais sem graça, meio sem porque.
Ficou tudo igual.
Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo, segunda. Manhã, tarde, noite. Uns feriados. A árvore da Lagoa sendo montada. Show do Jorge Benjor. Crise aérea. Ar condicionado. O verão chegando trazendo um bafo quente.
Você só não vai estar nele.
No outono refresca.
Daqui a quinze minutos eu levanto.O ventilador chacoalhando no teto. O homem serrando as madeiras na minha janela. Copo de leite no café da manhã. Boca rachada. Carro sujo. Preguiça de ir à pé para a academia. Os filmes continuam estreando nos cinemas, o telefone continua ligado, os classificados saem toda semana cheios de ofertas. A areia continua um pouco suja, mas a água ainda é refrescante. Caminhar do 12 ao 10 é pouco, mas desperta. Esse sol que não sai. Só tudo mais sem graça, meio sem porque.
Ficou tudo igual.
Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo, segunda. Manhã, tarde, noite. Uns feriados. A árvore da Lagoa sendo montada. Show do Jorge Benjor. Crise aérea. Ar condicionado. O verão chegando trazendo um bafo quente.
Você só não vai estar nele.
No outono refresca.
6.11.07
L de lágrima
Não costumo ler recaps, mas procurando pela estréia da nova temporada de The L Word fui sugada pela crítica de um episódio anterior ao do casamento.
Dizia - "se existe uma coisa da natureza humana é o desejo de ser irrestritamente aceito por alguém. Para alguns isso significa ser acolhido pelo maior número de pessoas possível e, para outros, ser aceito por uma única pessoa no mundo já é o suficiente, o que vier a mais é bônus". Essa introdução era para explicar porque Carmen contou à sua família latina que estava apaixonada por outra mulher e mostrar a porrada que foi ouvir que era melhor ela ser puta do que lésbica.
A tal outra mulher era a Shane e o tal episódio do casamento vem a seguir.
Na abertura Shane conhece o pai que a abandonou quando criança. Ela estava fugindo do lugar onde tinha marcado de encontrá-lo quando ele a reconheceu porque também estava fugindo. Pai e filha, além de fujões, dormem tarde, são sedutores e indomáveis. Mesmo sendo a Shane, ela se emocionou ao ver que tinha uma família normal, uma madrasta, um irmão, e convidou os seus para o casamento. Mesmo sendo a Shane ela tinha pedido a Carmen em casamento. Mesmo sendo a Shane ela queria continuar a lado da Carmen apesar de tudo.
As amigas fizeram uma despedida de solteiro: "um brinde à Shane, que nos ensinou que as idiossincrasias podem ser bonitas". Por ser a Shane todas se espantaram ao ouvir sua declaração: "quase sempre o amor não acontece da forma como esperamos, mas se suportarmos a dor ele pode se fortalecer e tornar-se ainda mais precioso. Quem sabe?".
A família da Carmen foi ao casamento e ela entrou de braços dados com a mãe na igreja. Irrestritamente aceita. A família da Shane também foi, e ela encontrou o pai traindo a madrasta no bar do hotel. "Patty, essa é minha filha Shane. Shane, não me orgulho disso, me desculpe. Eu sou assim, sei que você entende".
Carmen ainda estava sorrindo a caminho do altar quando entendeu o recado que a madrinha trazia na frente de todos os convidados: "Shane não espera que a perdoe, não se orgulha disso, mas ela é assim".
O tal recap compara a cena do não-casamento àquela história do sapo que aceitou levar o escorpião até o outro lado do rio e foi picado porque escorpiões são assim. Lamenta que algumas pessoas não acreditem que possam mudar. Mas vai ver só alguns homens descendem do macaco. Talvez outros descendam do escorpião. E outros do sapo.
Quem sabe?
Dizia - "se existe uma coisa da natureza humana é o desejo de ser irrestritamente aceito por alguém. Para alguns isso significa ser acolhido pelo maior número de pessoas possível e, para outros, ser aceito por uma única pessoa no mundo já é o suficiente, o que vier a mais é bônus". Essa introdução era para explicar porque Carmen contou à sua família latina que estava apaixonada por outra mulher e mostrar a porrada que foi ouvir que era melhor ela ser puta do que lésbica.
A tal outra mulher era a Shane e o tal episódio do casamento vem a seguir.
Na abertura Shane conhece o pai que a abandonou quando criança. Ela estava fugindo do lugar onde tinha marcado de encontrá-lo quando ele a reconheceu porque também estava fugindo. Pai e filha, além de fujões, dormem tarde, são sedutores e indomáveis. Mesmo sendo a Shane, ela se emocionou ao ver que tinha uma família normal, uma madrasta, um irmão, e convidou os seus para o casamento. Mesmo sendo a Shane ela tinha pedido a Carmen em casamento. Mesmo sendo a Shane ela queria continuar a lado da Carmen apesar de tudo.
As amigas fizeram uma despedida de solteiro: "um brinde à Shane, que nos ensinou que as idiossincrasias podem ser bonitas". Por ser a Shane todas se espantaram ao ouvir sua declaração: "quase sempre o amor não acontece da forma como esperamos, mas se suportarmos a dor ele pode se fortalecer e tornar-se ainda mais precioso. Quem sabe?".
A família da Carmen foi ao casamento e ela entrou de braços dados com a mãe na igreja. Irrestritamente aceita. A família da Shane também foi, e ela encontrou o pai traindo a madrasta no bar do hotel. "Patty, essa é minha filha Shane. Shane, não me orgulho disso, me desculpe. Eu sou assim, sei que você entende".
Carmen ainda estava sorrindo a caminho do altar quando entendeu o recado que a madrinha trazia na frente de todos os convidados: "Shane não espera que a perdoe, não se orgulha disso, mas ela é assim".
O tal recap compara a cena do não-casamento àquela história do sapo que aceitou levar o escorpião até o outro lado do rio e foi picado porque escorpiões são assim. Lamenta que algumas pessoas não acreditem que possam mudar. Mas vai ver só alguns homens descendem do macaco. Talvez outros descendam do escorpião. E outros do sapo.
Quem sabe?
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