29.10.07

Correndo atrás do rabo

Eu tô tentando tirar o atraso, eu tô tentando te dar um abraço, eu tô penando pra driblar o fracasso, eu tô brigando pra enfrentar o cagaço, eu tô fincando meus pés no chão, eu tô tentando ganhar um milhão, eu tô tentando ter mais culhão, eu tô treinando pra ser campeão, eu tô apelando pro Kid Abelha, eu tô confiando no Paulinho da Viola, eu tô fazendo como o velho marinheiro que durante o nevoeiro leva o barco devagar, eu tô usando gerúndio até no título em mais um texto cheio de amígdalas na cabeça no Tribuneiros.com

14.10.07

O feriado da criança carente (ou Uma vaca de Rolex)

Eu, Lázaro Ramos, Taís Araújo, Adriana Esteves e Raí passamos o feriado no Rio de Janeiro. Provavelmente outras celebridades também passaram, mas só esbarrei com essas. E com vacas. Está acontecendo no Rio a Cow Parade: artistas customizam vacas e elas ficam espalhadas pela cidade. Provavelmente também esbarrei com outras vacas, mas só dei atenção a essas. Não sei se a proposta era ser uma mostra interativa, nem como o público reagiu nos outros lugares. Aqui as obras são agarradas, escaladas por crianças e incessantemente fotografadas. Vi pessoas abraçando as vacas. Cariocas abraçam tudo.
Cariocas falam sobre Tropa de Elite. Ainda. E, como continuação, debatem o assalto do Luciano Huck. Ok, eu debato, eles acompanham. O homem tem uma arma apontada para a cabeça, escreve um artigo para o jornal e é acusado de (no mínimo) ser elite. Isso é acusação? Eu também escreveria para o jornal. Não escrevi porque ainda não fui assaltada, só a moça do carro ao lado cuja bolsa levaram no Leblon e a irmã cujo carro arrombaram na porta de casa. Não me roubariam um Rolex (não me pagam esse salário) nem polemizariam sobre meu desabafo (já estão acostumados), mas ficar calada pensando que é assim mesmo não ajudaria. (Aproveito para pedir a todos os assaltados que registrem a queixa na delegacia).
Depois que o Roberto da Matta resumiu o bafafá chamando a crítica de neofascista e acusou-a de negar a um rico o mesmo direito de reclamar dado a um pobre, opino também para defender o direito de cada um usar no pulso o que bem lhe interessar desde que pago com dinheiro honesto. Não roubam por serem pobres, fosse assim o Congresso estaria uma beleza (a frase não é minha, roubei do Globo). Frase minha é que o rapaz foi ingênuo, sábio foi Tom Jobim ao dizer que no Brasil sucesso é ofensa pessoal.
De resto, não estava muito sol e a praia estava cheia, não fiz nada demais e gastei uma fortuna, começou o horário de verão e ainda não achei muito legal, daqui a alguns dias tem mais feriado e de novo prometo que vou viajar.

Nota de esclarecimento: o assalto do Rolex foi em São Paulo. No Rio, até agora, nenhuma vaca foi vítima de bala perdida.

11.10.07

Sobre o que eu nem sei quem sou

"Outro dia descobri o "Acredite se Quiser", uma brincadeira que faz mais sentido com o tempo. Remédio para dormir não é glamouroso. Para voltar atrás é preciso ter ido. “Não” é uma palavra salvadora. Óbvio é muito subjetivo. O que não é dito não é ouvido. Você vai se decepcionar. Você vai se encantar. Gente ocupadíssima não consegue ter hobbies. Antibiótico para gastrite pode ser pior do que a doença. Você só vai ter vinte e poucos anos por mais alguns meses. A previsão para o feriado é de tempo bom. Nem isso é uma certeza. Se chover, improvisa e aproveita."

I Used to Believe que writer's block era frescura. Depois de um tempo rouca, mais verborragia em Tribuneiros.com.

2.10.07

John, Paul, Charlie and Bruna

Nada de balonê, sandálias-bota nem (perdão, senhor) calças de cintura alta. Nada de new faces que pesam 40 quilos, fazem biquinho sexy e usam combinações estranhas. Na semana de moda de Nova York diversos estilistas criaram roupas de alta costura inspirados em seus personagens preferidos... do Snoopy!
As roupas nem ficaram grande coisa, mas pouparia explicações poder acordar e vestir nosso estado de espírito – hoje estou mais Lucy, mais Linus, mais Joe Cool.

Baz Luhrman já tinha usado letras de música para fazer um filme - Moulin Rouge - e agora Julie Taymor usa a fórmula em Across the Universe. Através das músicas do Beatles ela conta a história de dois jovens que se conhecem nos anos 60 e vão se transformando junto com o mundo. Eu (como o Silvio Santos) ainda não assisti, mas dizem que é ruim:-) Se não vale pela história, vale pela trilha.

O que uma coisa tem a ver com a outra? São legais, e às vezes isso já é muito. E não estou convencida de que os Beatles são de verdade, às vezes eles ficam na minha cabeça em um nível Charlie Brown. São gurus.

Hey Jude,

Don't make it bad. Take a sad song and make it better.
Don't be afraid. You were made to go out and get her.
The minute you let her under your skin then you begin to make it better.
Don't carry the world upon your shoulders. Well, don't you know that its a fool who plays it cool?

Love,
Paul