26.10.08

Espero a manhã que cante

Vi gente de verde ontem. Vi adesivos pela cidade mesmo que a minha seja reduzida a poucas ruas. Vi uma carreata do novo prefeito ser esmagada pelas vaias dos bebedores do Jobi que contagiaram todos os clientes dos outros bares e de repente eles viraram cidadãos. Vi minha caixa de email lotar com defesas e historias. Me vi pensando como faria aquelas mensagens chegarem a quem ainda não votaria nele. Vi o cara do jornal dizer que foram cinqüenta mil votos a menos.
Parece que eu perdi a Copa. E Copa não resolve nada, quando acaba a gente diz que tem mais daqui a quatro anos. Ah é, eleição também... Mas nesse tempo a gente faz o quê? Como começar de novo se parecia que aqui começaríamos agora! É um movimento, ele diz, agradecido à população e se dizendo personificação de um recado carioca. É...
Mas o Rio esquece, vai à praia, toma uma cerveja, o Flamengo ganha e a gente se vê, passa lá em casa, deixa o recado com o cara da barraca. Não existe hora marcada na cidade maravilhosa.
É um movimento... Tá. Quem sabe uma canção do mar.

24.10.08

Mensagens em garrafas

Pinturas rupestres em marcos históricos, siga por esse caminho.

9.10.08

2 ou 3 coisas antes de partir

Que um dia eu vou ter dinheiro para ver a vida passar na varanda de um café lendo jornal sem pensar na Bolsa.
Que com poucos euros come-se uma baguette avec jambon e fromage, leia-se ementhal. Ou avec la chevre. Um crepe de chocolat vendido em qualquer balcão é magnifique.
Que lá quando as pessoas não conseguem fazer o que você pede ficam desoleé!
Que toda mulher se sente uma dama sendo chamada de Madamme.
Que ao acordar deve-se procurar saber o que está em greve naquele dia. Sempre tem alguma coisa em greve.
Que ninguém é servil, nem os pedintes.
Que o povo é tão indignado que há uns anos alguns eram contra a candidatura da cidade a sede das Olimpiadas porque o esporte não precisa de patrocinadores mercenários pequeno-burgueses.
Que tem mais câmera fotográfica do que gente por metro quadrado, e já se ouve mais inglês do que deveria nas ruas.
Que o Sena com a Notre Dame ao lado é o lugar mais bonito.
Que o Moulin Rouge não é legal e fica cercado de puteiros.
Que o metrô deveria ser menos eficiente para sermos obrigados a andar mais de ônibus. Debaixo da terra impressiona a praticidade mas perde-se a vista.
Que nenhuma tristeza resiste a um passeio pelo Champs Elyseés.
Que alguns museus têm desconto para os desempregados. Pode-se não ter trabalho, mas não ter cultura, jamais.
Que não o verbo “flanar” foi redefinido ali.
Que o amor de Rodin e Camille Claudel foi tão grande que escorreu pelas obras.
Que a pintura de Chagall parece sonho.
Que o melhor lugar para se tirar uma foto da Torre é no Trocadero.
Que o título completo do filme de Jean-Luc Godard é “Duas ou três coisas que sei dela: a região parisiense”, que originou uma cronica de Mario Sergio Conti, de quem roubei a idéia.

Na volta tem mais, au revoir!