22.2.09

Conto de colombina

“Era uma vez uma donzela que caminhava pela beira de um rio quando ouviu um "psiu". Era um sapo, que lhe contou que na verdade era um príncipe amaldiçoado, transformado em sapo por uma bruxa malvada com poderes mágicos. Se a donzela o beijasse, o sapo voltaria a ser príncipe. A donzela acreditou no sapo, beijou-o, ele se transformou de novo em príncipe e os dois se casaram e viveram felizes para sempre.”

Outras donzelas desde então tiveram a mesma experiência: psiu, sapo, bruxa com poderes mágicos, beijo, tudo igual, variando o desenrolar prévio. A segunda donzela concordou em beijar o sapo para livrá-lo da maldição, com uma condição:
- Beijo de língua, não.
Já neste século instalou-se o instante de hesitação para esclarecer um ponto:
- Precisa ser donzela?
Anos sessenta, moça feminista, pra bruxa com poderes mágicos ter feito o que fez com o príncipe ela só poderia concluir:
- Alguma você andou aprontando!
Solidarizou-se com a bruxa e chutou o sapo.
Crise no mercado, Lehman Brothers, Merrill Lynch, a moça ouviu a proposta do sapo, levou pro seu consultor financeiro, nada é mais valioso do que informação privilegiada como a que o sapo lhe passara.
- Esqueça o sapo e encontre essa bruxa!

Ontem no Céu na Terra. A donzela achou que o sapo estava mais pra cachorro, mas a fantasia dele era muito divertida:
- Vou beijar-te agora, não me leve a mal, hoje é Carnaval.
Ele embarcou para Salvador, ela seguiu pro Corre Atrás, feliz para sempre.

"Amanhã tudo volta ao normal, deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar..."

Versão de Bruna para Versões do Veríssimo, com todo o respeito

Nenhum comentário: