27.4.07
Kiss, kiss, kiss
Keep it Simple, Stupid!
26.4.07
Confessions on a dance floor
24.4.07
Ele vai viver sozinho
Como assim você precisa de um tempo? Não leu O Pequeno Príncipe? Tu-te-tornas-eternamente-responsavel-por-aquilo-que-cativaaaas. Não pode agora, do dia pra noite, depois de falsas promessas de que era só uma fase e que ia passar, resolver que quer parar. Você pára e eu faço o quê, releio incessantemente as coisas antigas? Logo agora que você falou que perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom. Isso era um aviso? Eu não sabia que era um aviso, achei que fosse um sinal de que essa maldita fase acabaria logo.
Vai lançar o clichê máximo de que as coisas estavam ficando muito sérias? Sim, estavam. São coisas sérias, sou eu sentimental, eu que lavei os seus lençóis sujos de tantas outras paixões. Você me conquistou, eu que estava quieta no meu canto envolvida com outros, inclusive eu não gostava de você, lembra? Implicava com seu visual desleixado, com a sua popularidade fanática, com as suas palavras difíceis para impressionar menininha da PUC, eu odiava maconheiros das casinhas e sei que você era assim.
Nessa hora você não achou que pudesse ir rápido demais, não é? Nessa hora você só se importou em falar baixinho com aquela moça que se encontrava mais nos dias em que se via só, brava escrava sã e salva de sofrer. Sempre odiei concordar com a massa, já me bastava achar Chico Buarque lindo. Com você eu relutei tanto... para quê? Para acabar assim? Quantas vezes já estive aqui, quantas vezes já passei por essa cena de olhar com cara de paisagem enquanto o coração ordena para o cérebro gritar? E, quando isso acontecia, quem estava lá para me amparar? Você estava lá quando eu precisava me descabelar na frente de um palco ou em uma pista de dança para continuar, o mesmo você que agora, ahahaha, pede um tempo. Vem dizer adeus ao que restou de quem um dia foi feliz.
Não houve desentendimento ou discordância, que piada. Não houve conversa! Você decidiu sozinho e anunciou, mas eu não concordo e não quero a sua amizade nem para jogar truco na quinta à noite. Eu quero jogar coisas em você, daquelas que as loucas jogam quando são abandonadas. Diz que isso é só marketing, que você é daquele tipo carente que não recebeu amor suficiente na infância e precisa ficar testando as pessoas. Pronto, acabou o teste, eu estou sofrendo, olha bem meu bem, agora volta atrás, eu te perdôo. Diz que vem praqui me ver e que vai chegar no último vagão. Fala alguma coisa! Não fica com essa cara barbuda me olhando.
Não quero agir civilizadamente nessa despedida Eu vou gritar que Anna Julia é a única coisa que presta e que vocês não coordenam letra e melodia. Eu vou dizer pra todo mundo que vocês são uns deprimidos dependentes de Prozac. Eu vou dizer que gosto de axé. Eu vou ouvir Jorge Vercilo. Eu vou pro lado de lá. Eu tô levando tudo de mim que é pra não ter razão pra chorar. Só peço pra que um dia se pensares em trazer-me seus olhares faça porque lhe convêm. Agora vai, cuida do teu pra que ninguém te jogue no chão e não pensa que eu fui por não te amar.
22.4.07
Resíduos
De tudo, ficou um pouco.
17.4.07
Então deita e aceita eu
16.4.07
1 colher de chá de quem-sabe-um-dia
A primeira ação foi construir uma cozinha aberta para a sala, daquelas com uma bancada que favorece a interação. Convido muita gente, inclusive minhas visitas são um pretexto para novas receitas e as novas receitas viram um pretexto para sempre receber gente. A bancada é de madeira, mas não arranha nem com minhas facas super-poderosas de fatiar peixe cru (salmonete fresco cortado fino servido com agrião crispy). Itens fundamentais: um pilão, que alterno com o triturador, ralador para as cascas de limão (que uso em tudo), vasinhos com alecrim, manjericão, orégano, tomilho e outras ervas que ainda não aprendi os nomes. Mas já aprendi que clementine é prima da tangerina. Só tenho um certo pânico de franguinhos inteiros sem cabeça, mas pico os vegetais com uma rapidez ninja. Arrancar a pele dos tomates? Menos de um minuto. Coloco-os na água quente e depois amasso os despelados junto com alho e manjericão do vasinho. Esses vão virar molho para a massa home-made, Barilla que se cuide. Farinha batida com ovos e sal, de repente amanhã até recheio com queijo Pecorino meus personal-raviólis. Boa idéia essa, hein, Jamie? Sobem os créditos – no matter who you are, won't you come into my world, like a shooting star, take this journey with me to the heart…
Esse é o efeito de, às 8 da manhã, já estar convivendo intensamente com alguém. Suas vidas se misturam. É quando as pessoas passam a conjugar na primeira do plural verbos muito pessoais como gostar e preferir. No meu caso, nós cozinhamos por horas e horas juntos todos os dias, eu e Jamie. Jamie Oliver, chef e... apresentador de TV.
Temo pela hora de revisar a série Traga Seu Marido na Coleira. Uma adestradora de cães adapta as técnicas de castigo e recompensa para fazer com que os maridos fiquem como suas mulheres querem. É sério.
12.4.07
Quadrante, sextante, pequena caixa
"Tua alma é o mundo inteiro!", dizia um dos versos dos livros sagrados.
Se criar é preciso, além de navegar: Tribuneiros.com
*Sidarta, de Herman Hesse
10.4.07
O meu féraiado
Estávamos brincando no quintal quando tivemos uma visão além do alcance, um menino fez uma reza estranha que falava sobre aquele dia e fomos parar em outra dimensão. Quando chegamos fomos recebidos pelo Cheetos Cheetara, que nos deu uma água estranha com gosto de azeitona e que os passarinhos não bebem. Ele disse que a água tornaria nossa vida mais pulsante e umas pessoas beberam até mais do que precisava.
Acho que o menino da reza era o líder da semana porque fomos obrigados a imitá-lo e pular na piscina de barriga para recarregar nossas energias. Também tínhamos que comer o tempo todo e fiquei com medo de virar um baiacu. Sem querer acabei comendo um ET porque não gosto de bertalha, mas ninguém brigou comigo. Teve uma menina que se revoltou e não quis obedecer às ordens da brincadeira então apagaram a memória dela e ela ficou sem lembranças.
Cheetos Cheetara disse que se comêssemos tudo poderíamos ir na casa de Shirley MacLaine brincar com os botos, dinossauros e até com o pau de sebo. Eu acho que ela é rica porque guarda o dinheiro debaixo dos peitos ao invés do colchão. Na casa de Shirley as coisas são engraçadas porque os pinguins parecem coelhos, mas deve ser por causa da Páscoa.
Assistimos a um vídeo com o Sargento Pincel e tivemos aula prática de dança para o grande encontro com o Líder dos Feras, que eu não entendi muito bem quem é mas parece que se repetirmos o nome dele em vão muitas vezes ele aparece. Justo na hora em que íamos para a casa de Líder dos Feras o tempo acabou porque o Bial estava usando o lado da ampulheta que passa mais rápido.
Essa foi a única parte da história que a mamãe gostou, e agora ela também carrega uma ampulheta na bolsa para os debates de relacionamento. O meu féraiado foi muito legal e se quiserem eu posso contar de novo muitas vezes para vocês entenderem bem.
5.4.07
Ao som do pancadão
Tão tranqüilão, sempre ali para quando eu chamasse. Quando eu chamasse. Não tinha uma surpresa, uma aparição de repente, uma ligação no meio da tarde, um beijo roubado, um olhar desconcertante, uma briga, tão respeitador do meu espaço. Sobrou tanto espaço, e aí, todo latifundiário sabe como é. Em matéria de amor todos me conhecem bem! Segurança demais pode virar indiferença, tranquilidade vira tédio, tempo? Ah, tempo vira mente vazia e nessa aí a mulherada vai descendo até o chão...
“Quero seu amor só pra mim, quero te fazer bem mais feliz. Esqueça o que passou vem pra cá, deixa eu te querer deixa eu te amar”. É um tal de olhar pro céu e ver as nuvens passando, umas concordâncias revolucionárias – “Ela não me quer e não me gosta mais, eu tenho é mais é que correr atrás de alguém que me dê muito valor” - Ô lá em casa, né não, Doralice?
Não vou mais ser boba, cansei de te esperar. Conselho da minha manicure - quem não dá assistência abre concorrência. Eu arrumei um amor, ah essa é nova!
Bastou um “eu cheguei, me ajeitei no estilo Don Juan, o que posso fazer hoje, não deixo pra amanhã” para eu pensar que, para certas pessoas, as coisas não são tão complicadas. Se nem a gramática é!
Pra mim já chega, eu tô bolada. Bo-la-da. É uma coisa grave.
Agora quem não quer sou eu. Minhas novas amigas estão saindo pra zoar. Perdi muito tempo, já me decidi. Vou chutar o balde, hoje eu vou me divertir. Ouaaaa, Doralice!
O mundo dá voltas. Sai, que a fila vai andar.
Tara tataratatatara tataratatatara...
1.4.07
O amor nos tempos da solidão
Gabriel García Márquez
“Persiste em se agarrar na certeza mais absoluta de que a raça humana é capaz de sobreviver às piores catástrofes, inclusive as que ela mesma gera em seus afãs demenciais de ganância.
Continua obcecado pela fé na possibilidade de existirem outras formas de se viver – mais justas, menos absurdas, mais dignas.
Continua reivindicando, para todos aqueles que parecem condenados a cem anos de solidão, uma segunda oportunidade sobre a terra. Para os humilhados, os ofendidos, os sem-nada que erguem, em seus sonhos e esperanças, um outro mundo possível”.
Eric Nepomuceno, tradutor de diversas obras de García Márquez, sobre os 80 anos do traduzido.