Todos os dias, às vezes pela manhã, ou entre uma coisa e outra, algumas logo antes de adormecer, lembrava-se dele. Contasse para diferentes pessoas sobre espontânea rotina perceberia reações diversas - os poetas sorririam, psiquiatras receitariam, ele a abraçaria com carinho.
Ali do alto, procurando por de cima da nuvem, desconfiou que talvez ele não existisse - fosse construção de lembranças dele com delírios dela, contos de fada, finais felizes e sobrancelhas arqueadas num suspiro. Queria tanto. Mas entre o tanto e o mesmo havia uma névoa, emaranhado de fios intransponíveis.
Como tinha tempo, puxou uma pontinha. Continuou puxando. E enquanto cantava percebeu que estava desembaraçando, precisava colocar aquela fiarada em algum lugar, e enquanto desembaraçava percebeu que estava cantando. Ficou estupefata. Se conseguisse guardar um punhado daquela sensação em um potinho seria o suficiente para ter fôlego e descer. Se soubesse o que fazer com a fiarada poderia tentar.
Começava a acreditar que na história da cigarra e da formiga uma tinha casa para o inverno, mas a outra tinha histórias de verão.
Um comentário:
Palmas para o Vin de La Maison!!!hehehe.
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