28.6.10

Da foto

"Está aqui, registrada em cores, a prova de que no fim do mundo tem uma possibilidade!"

Ufa, existe uma alternativa, ainda que ela desconfiasse que se precisasse ir até lá escolheria forma menos capitalista de vida. Depois de responder à brincadeira da amiga se deu conta de que, devagarzinho, voltava a ter esperança de que talvez existissem outros caminhos que levam a lugares mais perto. Ou fé, parente da esperança. Fé deve levar muitas pessoas a fins de mundo como aquele fotografado na viagem. Aquele pode ser o fim de um mundo que não serve mais para os que chegam ali e, por isso mesmo, o começo de outro diferente - possivelmente melhor pros que estavam gostando bem pouco do antigo e acreditaram que dava pra refazer.

Estava ali, em construção, uma casinha num canto qualquer da India sem nada em volta. Grama baixinha, pontas de pedras, um morro na frente, varias arvores à esquerda quase saindo de quadro, telhado verde, futura varanda, janelas de madeira e vidros e uma antena de TV via satélite. Em tom de brincadeira a amiga mostrava a ela que até nos lugares mais distantes do planeta seu ganha-pão estaria garantido! Aquela casinha lá nos cafundós lhe pareceu tão aconchegante quanto cobertor fofinho no inverno. Alguém no outro lado do mundo, por um detalhe imperceptível para os tantos turistas que passam por ali, se lembrou dela. Só aquela pessoa olharia praquela antena e pensaria naquela história. Talvez fosse isso a poção mágica, do fim do mundo veio uma pista.

Começou a cantarolar o verso que sempre lhe intrigou - tudo que a antena captar meu coração captura... E sorriu. Ela iria viver a vida ao vivo porque essa era a sua opção, e ao vivo a gente improvisa. Tudo bem.

Um comentário:

Dani Meres disse...

Adoro você, amiga. Lindo demais!