Fã que é fã canta com as mãos para cima, os punhos levemente inclinados para trás. A melhor de todas pulava na cadeira a cada “eu te amo, eu te amo, eu te amo” do Rei para gritar “eu também”, e ele dava um risinho. Não é um show minimalista, a orquestra é enorme (e de catiguria, o Rei assume que vê novela), as luzes são imponentes, há escuros silenciosos e de repente no palco surgem cadillacs e calhambeques para delírio das moças. Para quem está acostumada a marisas e hermanos contidos, Roberto é verborrágico. Simpaticíssimo. O Rei é um visionário, aquilo sim é interatividade! Eu sabia que ficaria desconcertada quando ele entrasse, cumprimentasse o maestro, fechasse os olhos e começasse Emoções. Não sabia que a noite revelaria uma outra faceta de Roberto Carlos.
Ele fala sobre as músicas da Jovem Guarda, “elas eram ingênuas. As canções, nós não”. Hehe. Eu sei, Rei, está no livro censurado. E diz que depois dessa fase veio a hora de liberar a sexualidade contida. O Rei é praticamente o Wando. Obsceno! Um homem pede “Cavalgada” e, depois da risadinha, RC manda “calma, bicho”. Se alguma daquelas senhoras jogasse uma calcinha no palco eu seria obrigada a me retirar. Começa a série “Rei para maiores” e ele canta a tal “Cavalgada”. Quem se espantou com a presença de Mc Leozinho no especial de fim de ano é bobo. Pelo que parece RC já chamava mulher de potranca desde os tempos em que elas eram uma brasa, mora? “Vou cavalgar por toda a noite/ Por uma estrada colorida/ Usar meus beijos como açoite/ E a minha mão mais atrevida.” Podemos voltar a Detalhes? Nunca pensei que o tapa que ele levou em Splish Splash fosse metáfora para um tapinha não dói. O Rei acaricia sensualmente o indefectível microfone torto e eu penso “Jesus Cristo, onde está você?”. Uma letra fala em peitos, ele faz o símbolo com as mãos. E o problema era Negro Gato? Ele canta Negro Gato e diz que a terapia fez efeito. Estou vendo. Mas acho que tinha algum verso estranho em Além do Horizonte...
Chega a tradicional distribuição de rosas. As mulheres saem correndo. Nem precisa, são milhares de buquês! Ele separa uma branca e guarda, vai beijando e entregando as outras diretamente para as felizardas, não permite que nenhuma desarvorada roube a flor de quem ele escolheu para recebê-la. Separa duas vermelhas do último buquê, dá tchau e sai.
O Rei é clássico.
3 comentários:
Esperava ansiosa para ler o que escreveria sobre o show, voce é uma figura, assistir ao show com voce é assistir duas vezes, vendo milhares de outros angulos.Ana
eu tenho inveja, eu assumo.
o anonimo sou eu.
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