25.11.09

Capítulo 3

“Não quero torturá-lo e menos ainda aborrecê-lo, mas se acaso em um dia desses você descobrir que me quer mais perto do que tem hoje, por favor não deixe de me procurar. Caso isso aconteça daqui a cinqüenta anos não se preocupe com a minha beleza, a vida terá trocado, com nós dois, ela por serenidade.”

Vista de longe a carta parecia... bem, a carta parecia um telegrama, e quase o era. Telegramas remetem a urgências e aquela definitivamente era uma. Ações impetuosas são de extrema urgência no coração escalpelado do ator e aquilo deveria ficar claro. Debatia-se dentro de si um terror de desperdiçar qualquer chance do amor acontecer, mesmo quando ela desconfiava que o sentimento não passaria num desses testes de ourives para confirmar a pureza. Costumava colocar em um gráfico amor e carência para avaliar o desenho, como se preciso fosse.
Também estava consciente de que o tempo, sempre ele, poderia interferir no desfecho. Ela não tinha como garantir ao rapaz daqui a cinquenta anos resposta diferente da que vinha recebendo nos últimos porque todas as promessas de amor tem prazo de validade, mas ainda assim não gostaria de deixar escapar nenhuma possibilidade de ser feliz por falta de comunicação.

5 comentários:

Aninha disse...

I loved !!

Lalol disse...

Bom demais, Bruna!!

bjs

ps: estou muito triste por ter perdido os momentos mais imaturos do pasqua dos últimos tempos...todo mundo vai ter que fazer tudo de novo no amigo oculto!

FULANAS MULTIMARCAS disse...

Lindo ! (tentei escrever alguma coisa diferente disso, mas ia ficar pessoal demais, optei pelo "Lindo!" mesmo)

Anônimo disse...

MUITO lindo.. ana

Bruno Quintella disse...

Apesar de não terem passado cinqüenta anos, a vida lhe permitiu a serenidade sem tirar-lhe a beleza. Talvez tenha entendido que a combinação desses dois estados de espírito funcione melhor num mesmo momento, juntos, no mesmo espaço de tempo: interferindo, aí sim, no desfecho. Acho que serenidade e beleza não são promessas, mas feitos do amor à vida, talvez essa seja a verdadeira troca.

Adorei! Lindo! ;)

Beijo, xará!