NATALIE
When I was 16 I thought by 23 I would be married, maybe have a kid… corner office by day, entertaining at night. I was supposed to be driving a Grand Cherokee by now.
ALEX
Life can underwhelm you that way.
NATALIE
Now I have my sights on 29 because 30 is just way too… apocalyptic. I mean where did you think you’d be by…
ALEX
It doesn’t work that way.
RYAN
At a certain point, you stop with the deadlines.
ALEX
They can be a little counterproductive.
(...)
ALEX
You really thought this guy was the one.
NATALIE
I guess. I don’t know. I could have made it work. He just really fit the bill.
RYAN
The bill?
NATALIE
My type. You know. White collar. College grad. Loves dogs. Likes funny movies. Six foot one. Brown hair. Kind eyes. Works in finance, but is outdoorsy, you know on the “weekends.” I always imagined he’d have a single syllable name like Matt or John or… Dave. In a perfect world, he drives a Four Runner and the only thing he loves more than me is his golden lab.
Oh… and a nice smile.
What about you?
ALEX
Well… by the time you’re 34, all the physical requirements are pretty much out the window.
You secretly pray he’ll be taller than you. Not an asshole would be nice. Just someone who enjoys my company. Comes from a good family- you don’t think that when you’re younger. Wants kids… likes kids… wants kids. Healthy enough to play catch with his future son one day. Please let him earn more than I do - that doesn’t make sense now, but believe me, it will one day. Otherwise it’s just a recipe for disaster. Hopefully some hair on his head… but it’s not exactly a deal breaker anymore. Nice smile. Yep. A nice smile just might do it.
NATALIE
Wow. That was depressing.
Up in the air
26.1.10
24.1.10
Lost in translation
Aceito, é difícil ser brilhante todas as vezes. São muitos lançamentos que exigem diversos processos de rotina em uma equipe que não necessariamente está super envolvida com aquilo e um deles, só mais um na lista de coisas a serem feitas, é criar título em português. Se o filme tem nome de gente, danou-se, na melhor das hipóteses acrescentam um complemento explicativo para mongol, mas normalmente avacalham tudo.
Eles mudam os cartazes. Obviamente por trás dessa decisão existe um estudo de marketing provando a necessidade de se adaptar a imagem do filme à cultura local e eu não sei se são criadas varias opções de cartazes ou cada escritório regional tem carta branca para adaptar a seu gosto, mas pessoalmente gostaria de sempre olhar um cartaz aprovado pelo diretor - quem imaginou aponta a figurinha. É dar tiro no meu próprio pé pregar a liberdade artística em prol das decisões executivas visto que parte do meu trabalho consiste em meter o bedelho na obra alheia, mas aqui sou só uma menina sentada na frente de um computador pedindo aos distribuidores de filmes mais atenção.
Não são monstros (inclusive, achei-os fofinhos!). É “onde estão as coisas selvagens”. Não entendeu o tag line? (o slogan do filme) Não entendeu o filme? Como se não bastasse tudo o mais, percebo que tradução também é complicado.
Você pode colocar seres azuis correndo em uma floresta em 3D para pregar o bem, pode filmar a história de um menino abandonado que se torna rei de seres peludos e grandes com medo da solidão, ou simplesmente andar com um cartaz na rua escrito: eu estou te vendo, está tudo bem. É o que as pessoas sentadas naquela sala escura precisam, mesmo as que só vão ao cinema ver Velozes e Furiosos. Mas algumas não vêem tão claramente. Ou vêem e saem correndo (o “monstro” explicou, nem sempre reagimos como queremos).
Encontro-me em uma fase complicada com as palavras, dificuldade de exatidão. Sofrer em inglês é quase mais fácil se você já passou maior número de horas assistindo a produções made in Hollywood do que ficção na TV aberta, porém é preciso um esforço extra por parte dos encarregados na função de encontrar o nome certo para o que está ali. Se você errar a palavra que define a coisa o outro pode não entender, e aí a historia foi em vão. Se é que existem histórias em vão.
Existem em cartaz Where the wild things are e Up in the air. Don’t miss it.
Eles mudam os cartazes. Obviamente por trás dessa decisão existe um estudo de marketing provando a necessidade de se adaptar a imagem do filme à cultura local e eu não sei se são criadas varias opções de cartazes ou cada escritório regional tem carta branca para adaptar a seu gosto, mas pessoalmente gostaria de sempre olhar um cartaz aprovado pelo diretor - quem imaginou aponta a figurinha. É dar tiro no meu próprio pé pregar a liberdade artística em prol das decisões executivas visto que parte do meu trabalho consiste em meter o bedelho na obra alheia, mas aqui sou só uma menina sentada na frente de um computador pedindo aos distribuidores de filmes mais atenção.
Não são monstros (inclusive, achei-os fofinhos!). É “onde estão as coisas selvagens”. Não entendeu o tag line? (o slogan do filme) Não entendeu o filme? Como se não bastasse tudo o mais, percebo que tradução também é complicado.
Você pode colocar seres azuis correndo em uma floresta em 3D para pregar o bem, pode filmar a história de um menino abandonado que se torna rei de seres peludos e grandes com medo da solidão, ou simplesmente andar com um cartaz na rua escrito: eu estou te vendo, está tudo bem. É o que as pessoas sentadas naquela sala escura precisam, mesmo as que só vão ao cinema ver Velozes e Furiosos. Mas algumas não vêem tão claramente. Ou vêem e saem correndo (o “monstro” explicou, nem sempre reagimos como queremos).
Encontro-me em uma fase complicada com as palavras, dificuldade de exatidão. Sofrer em inglês é quase mais fácil se você já passou maior número de horas assistindo a produções made in Hollywood do que ficção na TV aberta, porém é preciso um esforço extra por parte dos encarregados na função de encontrar o nome certo para o que está ali. Se você errar a palavra que define a coisa o outro pode não entender, e aí a historia foi em vão. Se é que existem histórias em vão.
Existem em cartaz Where the wild things are e Up in the air. Don’t miss it.
13.1.10
Receita para tempos bons
Para se ter um bom ano é preciso Carnaval. E poesia. É preciso barraca de praia, biquíni novo e Sundown. É preciso uma mesa de bar com amigos, histórias inacreditáveis de se ouvir, e questões.
Para se ter um bom ano é aconselhável dois Ipods, se roubarem um ainda sobra outro. (Para se ter uma boa cidade seria preciso menos violência, mas para acreditar nisso seria preciso algo que já perdi). Para se ter um bom ano é preciso internet rápida para baixar músicas novas e pessoas velhas que conhecem músicas. É preciso que alguém veja o que eu vi, por mais surreal que pareça. E que alguém se lembre do pedaço da noite que esquecemos (mas como assim)?
O ano melhora com um mergulho, piscina, mar ou a cachoeira se você encontrar. Um bom ano tem noites em que uma cama menor bastaria praquelas duas pessoas, é mais fácil com muitas pessoas mesmo que só exista uma, mais carinhoso com cachorro abanando o rabo mesmo que não seja seu e mais garantido com algum trocado. É preciso vento.
Para se ter um bom ano é preciso bons livros, filmes e séries, alguma comida, e pedaços de morango com chocolate. É preciso um entorpecente qualquer, alguém que chegue perto e te bote tonta, que venha dançar assim pertinho e você pense que seria prudente sair. É preciso imprudência, imaturidade e um tiquinho de irresponsabilidade. Para se ter um bom ano é preciso dormir no sofá.
Um bom ano melhora com torcida, na arquibancada ou na cadeira. É bom um ano com Copa do Mundo. É inútil um ano sem beijo. Para se ter um bom ano é preciso ver o sol nascer, o sol se por e tomar chuva. É preciso cantar. Dançar. Surpresa. É preciso chorar, aprender o nome de uma flor diferente e usar uma roupa linda.
É bom que tenha avião, que se faça malas e planos e roteiros de viagem. É fundamental viajar, mesmo que sem tirar os pés do chão. É preciso tirar os pés do chão mesmo que em quadrilha de festa junina e é preciso fantasia, o ano inteiro. É preciso que se libere o Matte de galão e batucar na mesa, liberar ajuda.
Para se ter um bom ano, é preciso Vinicius: a vida só se dá pra quem se deu. É preciso tentar.
Para se ter um bom ano é aconselhável dois Ipods, se roubarem um ainda sobra outro. (Para se ter uma boa cidade seria preciso menos violência, mas para acreditar nisso seria preciso algo que já perdi). Para se ter um bom ano é preciso internet rápida para baixar músicas novas e pessoas velhas que conhecem músicas. É preciso que alguém veja o que eu vi, por mais surreal que pareça. E que alguém se lembre do pedaço da noite que esquecemos (mas como assim)?
O ano melhora com um mergulho, piscina, mar ou a cachoeira se você encontrar. Um bom ano tem noites em que uma cama menor bastaria praquelas duas pessoas, é mais fácil com muitas pessoas mesmo que só exista uma, mais carinhoso com cachorro abanando o rabo mesmo que não seja seu e mais garantido com algum trocado. É preciso vento.
Para se ter um bom ano é preciso bons livros, filmes e séries, alguma comida, e pedaços de morango com chocolate. É preciso um entorpecente qualquer, alguém que chegue perto e te bote tonta, que venha dançar assim pertinho e você pense que seria prudente sair. É preciso imprudência, imaturidade e um tiquinho de irresponsabilidade. Para se ter um bom ano é preciso dormir no sofá.
Um bom ano melhora com torcida, na arquibancada ou na cadeira. É bom um ano com Copa do Mundo. É inútil um ano sem beijo. Para se ter um bom ano é preciso ver o sol nascer, o sol se por e tomar chuva. É preciso cantar. Dançar. Surpresa. É preciso chorar, aprender o nome de uma flor diferente e usar uma roupa linda.
É bom que tenha avião, que se faça malas e planos e roteiros de viagem. É fundamental viajar, mesmo que sem tirar os pés do chão. É preciso tirar os pés do chão mesmo que em quadrilha de festa junina e é preciso fantasia, o ano inteiro. É preciso que se libere o Matte de galão e batucar na mesa, liberar ajuda.
Para se ter um bom ano, é preciso Vinicius: a vida só se dá pra quem se deu. É preciso tentar.
4.1.10
Gentle people with flowers in their hair
Fui chamada no meio da noite, o prefeito batia à minha porta. Não sei se mais pelos efeitos dos remédios para dormir, pela hora ou pelo inesperado, estava completamente zonza, eram tantos oficiais do Choque de Ordem que mal cabiam na minha pequena sala. Queriam me levar para a praia antes que amanhecesse. Tenho levantado a hipótese da cidade não poder sediar eventos internacionais, me enfureço com a proibição do Matte de galão na orla e não dos flanelinhas, mas a razão da urgência não era censura: dezenas de leões-marinhos ocupavam as águas do Leblon.
Era a terceira vez no repeat, volume máximo. Estava com essa mania de ouvir música aos berros para que me desligasse das baboseiras cuspidas, dos meus pensamentos, tinha que ser mais alto. Fosse mais alto talvez eu berrasse e se berrasse no meio do escritório talvez fosse internada, ou libertasse aquelas almas excelianas que lutam pelo nada. Na ida, a cada relógio-termômetro a taquicardia aumentava e com ela o calor e aquele engarrafamento de idéias e palavrões e era apenas uma manhã qualquer de uma vida, existia a promessa de um verão inteiro pela frente e a visão de um mar lindo à direita e nada parecia suficiente, pior, tudo parecia motivo óbvio para que aquele tradicional trajeto fosse interrompido e coisas absolutamente sem sentido fossem feitas porque nenhum sentido mais havia em chegar onde eu estava indo. Não era mais try a little harder, era parar. No mais barato dos clichês, deixar a vela panejando porque não existe pressa e à noite no mar ecoam os versos de que o céu de Icaro tem mais poesia que o de Galileu.
Peguei um avião, “tira umas férias!”. Exausta, me vi ali sentada, caveiras e monstros correndo felizes pelo Pier 39 no sábado pré-Halloween, olhos ardendo por causa do fedor que os cartões postais não mostram, hipnotizada por leões-marinhos que se derrubavam uns aos outros por um cantinho no sol. Hilário. Eles são bem parecidos com focas e tão gordos! São da família das “otters”? “Otters” são tão bonitinhas, quando pensava em lontra imaginava uma coisa meio capivara. Eu queria ter uma lontra. Não tomei nenhuma grande decisão nas tardes ali sentada, não refleti sobre minhas angústias, fiquei parada automaticamente respirando e achando graça dos gorduchos barulhentos. Me afeiçoei a eles.
A visão na praia era linda. A Niemeyer amanhecendo, eu e o prefeito, milhares de leões marinhos. Vieram me dar um abraço. Acho que choramos um pouco, mostrei o Arpoador, pegamos uns jacarés e eles partiram. O prefeito se acalmou, nos jornais cariocas não foi publicada uma linha, só uma nota sobre os folclóricos leões-marinhos terem desaparecido de San Francisco.
Às vezes tudo o que precisamos é de amigos que acreditem em nós.
Be a good boy
Push a little farther now
That wasn't fast enough to make us happy
We'll love you just the way you are
if you're perfect
Era a terceira vez no repeat, volume máximo. Estava com essa mania de ouvir música aos berros para que me desligasse das baboseiras cuspidas, dos meus pensamentos, tinha que ser mais alto. Fosse mais alto talvez eu berrasse e se berrasse no meio do escritório talvez fosse internada, ou libertasse aquelas almas excelianas que lutam pelo nada. Na ida, a cada relógio-termômetro a taquicardia aumentava e com ela o calor e aquele engarrafamento de idéias e palavrões e era apenas uma manhã qualquer de uma vida, existia a promessa de um verão inteiro pela frente e a visão de um mar lindo à direita e nada parecia suficiente, pior, tudo parecia motivo óbvio para que aquele tradicional trajeto fosse interrompido e coisas absolutamente sem sentido fossem feitas porque nenhum sentido mais havia em chegar onde eu estava indo. Não era mais try a little harder, era parar. No mais barato dos clichês, deixar a vela panejando porque não existe pressa e à noite no mar ecoam os versos de que o céu de Icaro tem mais poesia que o de Galileu.
Peguei um avião, “tira umas férias!”. Exausta, me vi ali sentada, caveiras e monstros correndo felizes pelo Pier 39 no sábado pré-Halloween, olhos ardendo por causa do fedor que os cartões postais não mostram, hipnotizada por leões-marinhos que se derrubavam uns aos outros por um cantinho no sol. Hilário. Eles são bem parecidos com focas e tão gordos! São da família das “otters”? “Otters” são tão bonitinhas, quando pensava em lontra imaginava uma coisa meio capivara. Eu queria ter uma lontra. Não tomei nenhuma grande decisão nas tardes ali sentada, não refleti sobre minhas angústias, fiquei parada automaticamente respirando e achando graça dos gorduchos barulhentos. Me afeiçoei a eles.
A visão na praia era linda. A Niemeyer amanhecendo, eu e o prefeito, milhares de leões marinhos. Vieram me dar um abraço. Acho que choramos um pouco, mostrei o Arpoador, pegamos uns jacarés e eles partiram. O prefeito se acalmou, nos jornais cariocas não foi publicada uma linha, só uma nota sobre os folclóricos leões-marinhos terem desaparecido de San Francisco.
Às vezes tudo o que precisamos é de amigos que acreditem em nós.
Be a good boy
Push a little farther now
That wasn't fast enough to make us happy
We'll love you just the way you are
if you're perfect
Assinar:
Postagens (Atom)