Horas depois de ler a matéria
recebi mensagens de duas amigas. A primeira sugeria informar à massa de
conhecidos que se acha no direito de opinar a respeito da minha opção de estado
civil sobre a realidade brasileira (e nem entraríamos no âmbito ocidental mundial).
A segunda pedia um manual de boas maneiras para um primeiro encontro que ela
teria dias depois, e por mais que a junção das mensagens leve a crer que
pertenço ao animado grupo de mulheres solteiras cheias de encontros já antecipo
não ser este o caso. Tenho em meu círculo social moças que se auto-definem como
“porteiros” (por analisarem todo e qualquer elemento do sexo oposto que lhes
cruze o caminho), mas a minha vida amorosa pode ser comparada à dos esquimós (N.R.
- sempre os visualizo quietinhos e a sós em seus iglus).
Enfim, o dia em que meus pais
completaram 36 anos de casados foi a véspera do dia em que confessei minha
desconfiança em relação ao Neil Armstrong ter pisado na lua. Nem sabia que ele
continuava vivo, por isso não me comovi com sua morte, mas aproveitei para
dividir suspeitas – não sei se depois daquele episódio televisionado idas à lua
se tornaram habituais (não acompanho a rotina dos astronautas), não entendo por
que nunca voltaram, por que não transmitiram mais expedições se a audiência foi
espetacular ou se disseram por aqui que na lua só tinha crateras quando na
verdade lá é um paraíso ao qual só privilegiados tem acesso. De toda forma,
concordo com os Paralamas que o céu de Icaro tem mais poesia que o de Galileu
então não perco meu sono investigando a lua da Nasa.
No dia em que meus pais
completaram 36 anos de casados pensei em retomar o texto sobre os absurdos que
ouço, incrédula e calada, por não ser casada, mas fiquei com preguiça. Pensei
em listar de forma cômica situações a evitar em um primeiro encontro, como vomitar
sobre o pretendente, revelar o nome planejado para os futuros filhos ou provocar
um debate sobre renda fixa ou CDB, mas me faltaram boas idéias. Pensei que o
Vaticano deveria usar meus pais como garotos-propaganda do sacramento já que a
manutenção do casamento anda um pouco em baixa, eles poderiam até explorar a
versão de tratar-se de um milagre com potencial alcance a todos, mas achei
melhor deixar a religião fora disso. Pensei em um amigo que diz que ter pais
casados e felizes por tantos anos é uma sacanagem com os filhos! Pensei sobre o
uso da crase. E pensei seriamente nas razões que podem ter levado o Country
Clube de Belford Roxo a enviar duas propostas para eu me tornar sócia do lugar.
Definitivamente, só tem gente
esquisita nessa Terra. (E, vai saber, na lua).
7 comentários:
Mas como foi que o pessoal das Casas Bahia adivinhou que o seu sonho era se tornar sócia do Country club de Berlfort Roxo?
Eu também nunca entendi porque não voltaram à lua! E menos ainda porque nunca televisionaram de novo. Mas nesse mundo de descrença, acharíamos que era um novo filme. Vai saber.
"merecia a visita não de militares, mas de bailarinos e de você e eu" - minha parte preferida.
Já já, será possível, brincar de Jetsons na Lua.
(http://www.virgingalactic.com).
Quando te perguntarem pq vc não casou, diga que está se preparando para ir para a Lua ;-)
Eu gostei desse papo de CDb e renda fixa... é bem a altura desse povo chato que se mete na vida de todo mundo.... Lê
Nossa, tá cada dia mais difícil comentar aqui.....cada código difícil de ler que temos que publicar ! lê
..se os 36 anos te fizerem voltar a escrever mais, podemos até posar para uma foto e te dar num porta retrato.
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