Escrevo sentada na piscina do
hotel em Sossusvlei olhando para cinco orix que passeiam no descampado de areia
na minha frente. Completo assim uma tríade de companheiros de piscina inusitados
esse ano: jacarés no Pantanal, um javali no Etosha e agora os antílopes
símbolos da Namíbia.
São lindíssimos, tem o corpo
cinza, um rabo de cavalo preto, chifres enormes pontiagudos, patas e a cara
preta e branca como nunca vi igual. O guia ensinou sobre a cor do pelo ao redor
dos olhos, que facilita enxergar à noite. A natureza tem essas genialidades,
como as orelhas dos rinocerontes que parecem gigantes se comparadas aos
minúsculos olhos, uma forma de compensar na audição a fraca visão - ou algo por
aí. A minha natureza requer silêncio e solitude para decantar tudo o que vivo,
e essa é a primeira vez em quase dez dias que me encontro assim. Elefantes,
zebras, focas, petroglifos, tribos, poeira, sabores, frio, calor, tudo começa a
vir à tona e horas depois virará lágrimas na minha despedida. Mal acredito que
eu possa ter vivido tudo isso.
Intro
A Namíbia é o segundo país com a
menor taxa de densidade populacional do mundo, são 2,2 habitantes por
quilômetro quadrado. O Brasil tem 23,8 (é por isso que você sempre esbarra com
quem não quer na rua). A China tem 136 (não há paz na ida à padaria na China). Vim
para a Namíbia com um grupo de treze espanhóis que podemos chamar de "Inimigos
do Silêncio". Talvez não sejam treze matracas, pode ser que quatro
mulheres almodovarianas deem conta das suas cotas de palavras por dia e dos demais
- das minhas, com certeza. Por mais de uma vez chegaram simpaticamente para
perguntar "pasas bien, Bruna?" e pensei "bien, pero um poquito enlouquecida".
Uma noite, conversando sobre momentos célebres da história, destaquei o rei
Juan Carlos com Hugo Chavez. Não quis zombar delas, meu inconsciente sarcástico
é que não falha - a frase do monarca espanhol para o líder venezuelano foi
"por que no te calas?". Na hora de ir embora quis abraçá-las e me
agarrar um pouco mais àquilo tudo.
Eu não sabia nada sobre a Namíbia
até decidir ir para lá. Em 2013 vi em uma exposição do Sebastião Salgado fotos
de tribos africanas que ainda vivem como em suas origens, fiquei tão fascinada
por aquilo que passei a nutrir a ideia de um dia conhecê-las. Tivesse
encasquetado e me empenhado dessa maneira em conhecer o George Clooney, talvez
agora estivéssemos comendo pecorino no Lago Como... Mas, quando nasci, um anjo
torto (desses que vivem na sombra e na obra do Drummond) disse: vai, Bruna, ser
gauche na vida. E assim fui para a margem oposta à minha do oceano Atlântico.
A Namíbia fica no sul do
continente africano, ao lado de Botswana, acima da África do Sul e embaixo de
Angola. Era uma colônia alemã até o fim da Primeira Guerra, quando passou para
as mãos da África do Sul por uma decisão da ONU da época. A independência só
aconteceu em 1990, depois de uma guerrilha liderada por integrantes de um
movimento chamado SWAPO – South West Africa People’s Organization – e apoiado
pela então União Soviética, Angola e Cuba. As negociações estabeleceram que a
África do Sul retiraria suas tropas da Namíbia, e Cuba desocuparia militarmente
Angola. Vivendo em um país polarizado e desiludido, é comovente e estimulante
ver um povo orgulhoso de si, que só tem 30 anos de existência em domínio
próprio. “Sabemos que vocês turistas gostam de wi fi”, o guia disse um dia,
“estamos investindo nisso!”. Desde a independência já foram mais de 7500 quilômetros
de estradas asfaltadas e diminuíram de 30 para 5 porcento o analfabetismo. O
inglês é a língua oficial, mas as crianças podem ser alfabetizadas também na
língua de sua tribo nas escolas.
São treze tribos compondo o país,
e na minha ideia elas estariam em lugares determinados aonde eu iria para
conhecê-las, como se fossem indígenas no Brasil. No meu primeiro dia parei para
ir ao banco e pela rua estavam himbas, damaras e outras pessoas cuja origem eu não
identificava, mas todas pertenciam a algum povo. É claro! Elas estão em toda
parte, o país é delas.
Damara
Damaraland é o nome popular de
Kunene, uma área com cenários rochosos deslumbrantes em um caminho onde o carro
saculeja tanto por causa das pedras no chão que Miosan não daria conta, só o
encanto de estar ali coloca os ossos no lugar. Àquela altura, viajando em média
4 horas por dia pelas estradas que cortam a região semi-árida, parte do meu
sangue já era composto por poeira de terra. Minha boca e pele viviam besuntadas
de hidratante para tentar recompô-las e eu tinha incorporado um lenço ao
figurino para proteger meu cabelo do pó, mas não sentia cansaço pelos
deslocamentos e me achava linda mesmo rachada. Na véspera, tinha passado a
tarde acompanhando elefantes negros em seu caminho para um lago. Eles vinham
bem perto do carro, naquele passo lento, olhavam para nós com bem menos
interesse do que nós para eles. Talvez pensassem – ‘humanos abobados, só
estamos comendo. Ficam sorrindo com esses celulares sem sinal sempre nas mãos”.
Elefantes são animais curiosos,
gostam de explorar o que veem, andam em grupos liderados por uma matriarca e
são capazes de se comunicar em uma distância de 10 quilômetros! Os machos vivem
no bando até a maturidade, quando são expulsos para buscar uma fêmea e procriar
– com a autorização da líder. Vimos um elefante todo faceiro se aproximar de um
grupo de fêmeas e levar um passa-fora da vovó-elefanta, coitado, humilhação
pública. Em breve devem entrar na era dos aplicativos de relacionamento para
acabar com isso.
É em Damaraland que fica Twyfelfountein,
e se esse nome do lugar parece impronunciável é porque ainda não ouviu a versão
nama dele, só possível de ser dita usando os cliques da língua que esse dialeto
possui. Naquele terreno vivia uma família alemã quando foram encontradas
milhares de pinturas rupestres: no quintal onde as crianças brincavam estavam
desenhos feitos pelo povo san entre mil e 10 mil anos atrás (e essa precisão
temporal me parece tão vasta quanto o local). O povo san é provavelmente o
representante humano mais antigo atualmente vivo e ainda habita a Namíbia como
nômade. Os pesquisadores concluíram que aqueles petroglifos representavam a
rotina dos caçadores-coletores da época, e estar diante deles dá uma dimensão
do que somos – minúsculos nessa história e nesse elenco.
No nosso grupo estava o Luis, um médico
colombiano que devido a problemas no quadril usava muletas para se deslocar.
Naqueles terrenos irregulares ele demorava mais do que os outros para andar,
nem a esposa o esperava, e eu passei a retardar meus passos para acompanhá-lo,
preocupada que ele se sentisse incomodando. Tínhamos o mesmo gosto por
fotografia, íamos conversando e fazendo pausas. Comecei a achar o grupo egoísta
por não esperá-lo, até entender que ele tinha o tempo dele e simplesmente não estava
preocupado com o que não podia evitar. Os outros não eram sua responsabilidade
e sua mobilidade reduzida não era um problema a ser resolvido, era o que era. Passei então a demorar no caminho só para estar ao seu lado e ver se aquela tranquilidade pegava
em mim.
Himbas e leopardos
Os Himba são seminômades e polígamos,
os homens podem ter quantas mulheres quiserem. São poucos na tribo e estavam
pastoreando o rebanho quando chegamos lá, fomos recebidos pelas mulheres e pelo chefe do grupo. Nossa
guia era uma moça himba que havia se casado com um italiano, e até agora fantasio
sobre como aconteceu essa paixão. As casinhas redondas com telhado de cone tem
a cor ocre da mesma paleta da terra e da mistura que elas passam na pele, o
otjize. As mulheres Himba não tomam banho com água, defumam o corpo com uma fumaça
desodorante e repelente que, a julgar pelo cheiro, funciona tão bem no calor
que podemos pensar em adotá-la no verão carioca. Os cabelos tão característicos
têm extensões de pelo de animais e mudam de acordo com a idade: as meninas usam
duas tranças jogadas para frente, as mulheres casadas passam o otijize nas
tranças para trás e colocam um enfeite de couro no topo da cabeça. Os adornos
das pernas simbolizam o número de filhos e se tem os pais vivos, e mais não
pude entender por razões emocionais em breve confessadas abaixo. Eu queria saber
sobre sua religião, e fui levada até uma fogueira apagada na entrada do curral
onde explicaram que é aceso o fogo sagrado, onde consultam os ancestrais, velam
os mortos e cuidam dos doentes. Naquela tribo, algumas mulheres vão para o
hospital da cidade no primeiro parto, mas normalmente as mães são levadas para
um lugar fora da tribo quando vão ter filhos e o parto é feito por uma delas.
A verdade, frustrante e
educativa, é que posso falar pouco sobre o que vi visitando as Himba naquele
dia. Fiquei tão preocupada em aproveitar, nervosa por não saber se era invasivo
estar ali, emocionada por ter atravessado sozinha o Atlântico para encontrá-las,
aflita em registrar tudo, que quando acabou fiquei desapontada. Quanta
meditação ainda preciso fazer para aprender a respirar e estar onde estou? Mas
nem tudo estava perdido, o melhor momento da viagem aconteceria de forma
inesperada e eu estava inteira ali.
Em meu caminho para o hotel nos últimos
minutos de viagem um grupo de Himbas me chamou para oferecer objetos que eu não
queria comprar. Tentávamos conversar na comunicação possível entre pessoas que não
falam a mesma língua quando apontei para os ornamentos das pernas delas. Uma puxou
minha mão para que eu sentasse ao seu lado e com uma lâmina de barbear cortou
um pedaço da linha que prendia as pedrinhas da sua tornozeleira, enrolou na
coxa como quem faz minhoca de massinha um pedaço de saco plástico criando um
fio onde colocou as pedrinhas, deu um nó, queimou as pontas e apontou para meu braço: amarrou
nele minha nova pulseira. Todos os clichês de felicidade inesperada e momentos inesquecíveis
cabem aqui, mas deixo a frase do guia sobre leopardos em safaris: não é quando
se busca, é quando se encontra.
Herreros em Mondessa
No meio daquelas mulheres marrons
da tribo Himba havia uma senhora de vestido coloridíssimo que usava um chapéu
comprido na horizontal. “É uma Herrero”, explicaram, “ela se casou com o chefe
da tribo e veio morar aqui”. O casamento entre eles é normal, os Himbas e os
Herreros falam a mesma língua porque tem a mesma origem. Na época da
colonização alemã as senhoras europeias não gostavam que as himbas que
trabalhavam em suas casas sujassem as
coisas com a pasta ocre, então as faziam usar vestidos à moda da época,
vitorianos. A população himba que adotou esse costume deu origem aos Herrero,
com os homens se vestindo com uma espécie de farda militar adaptada. Como o mais
valioso para eles é o gado, criaram o modelo de chapéu que reproduz os chifres
e se tornou característico desse povo.
A muitos quilômetros dali eu
visitei Mama Hilaria, uma senhora que poderia se passar por pastora na Portela
se estivesse em Madureira (e não vai aí nenhum trocadilho com o oficio herrero).
Sentada na varanda de casa, ao lado de um desenho seu em tamanho real na
parede, ela me contou sobre as origens da sua etnia. Usava o chapéu colorido em
formato de chifre e um longo e armado vestido estampado em preto e branco. É
comum ver mulheres com suas roupas tradicionais nas ruas do país. “Vejo Himbas
com seus cabelos e enfeites, Damaras, Dembas, Oshiwambos com trajes típicos,
mas não vejo os homens vestidos assim, por quê?”. Ela ficou me olhando, abriu
um riso contido acompanhado de um inclinar de cabeça e eu entendi que era um
ponto final na resposta, apesar de reticências na minha mente.
A casa de Mama Hilaria fica em
Mondessa, um bairro na cidade litorânea de Swakopmund. Mondessa foi criado na
época do apartheid, uma área cercada para segregar os negros dos brancos e
dividida em seções onde as pessoas eram alocadas de acordo com suas tribos. Cada
tribo tinha um tipo de casa: umas com dois quartos, cozinha, banheiro e quintal
para os animais; outras com banheiros compartilhados com os vizinhos e só um
quarto para toda a família; algumas ainda menores, casebres minúsculos. A
estratégia era fazê-los brigar entre si enquanto o governo sul-africano que
comandava a Namibia ficava livre para fazer o que quisesse. (Faça uma pausa
aqui para refletir)
Com o fim do regime e a
independência do país, os moradores de Mondessa passaram a poder escolher onde
viver e ampliar suas casas de acordo com suas capacidades financeiras. Ali tem
mercados onde vendem churrasco a céu aberto, bares, cabeleireiros e escolas. Viktu,
morador local, me levou a uma escola que hoje ensina também artesanato para as
mulheres. Para elas é difícil conseguir emprego nas minas e construção civil
locais, mas o índice de alcoolismo diminuiu quando começaram a aprender esse
novo trabalho, que vendem para os turistas. O nome da escola é “Dantago” -
“vitória” em português.
Essas mulheres vão para as
cidades com seus maridos em busca de trabalho e dinheiro. Não é permitido
construir casas em Mondessa, tudo fica a cargo do governo. Quando chegam ali
sem ter onde morar, as famílias são alocadas em “casas temporárias” em um
terreno ao lado, nas DRCs - sigla em inglês para Assentamento Comunitário
Democrático. As moradias são perfeitamente alinhadas e feitas de chapas de
metal, sem água ou eletricidade, que existe apenas nas ruas. Cada grupo de
casas tem um banheiro de fossa e todos recebem um cartão para retirar água nas
máquinas dispostas pela área. “E se acaba o saldo de alguém?”, perguntei. “É
por isso que vivemos em comunidade”, responde Viktu, “algum vizinho ajuda”. Foi
impossível andar por aquela área e não pensar nas favelas da minha cidade, para
espanto do meu anfitrião acostumado a receber europeus:
- “Essas casas temporárias,
quantas são agora?”, eu quis saber, reparando na extensão do lugar.
- 17 mil.
- E as casas definitivas de
Mondessa?
- 4 mil.
- O quão temporária tem sido essa
moradia nas DRCs?
- Não muito, na verdade algumas famílias
já estão aí há alguns anos.
- Vocês não problema com violência
aqui?
- Violência?
Pelas ruas de Mondessa e em
tantos outros lugares é comum ver garotos jogando futebol. Por três vezes
respondi “from Brasil” a quem me perguntou “hi, where are you from?”. A reação
sempre foi um sorriso largo e... “Ronaldo!”. Neymar não tem nenhum recall na
Namibia.
Oshiwambos fashion show
Com o investimento em turismo é
comum encontrar barracas de venda de artesanato. O difícil é que elas ficam uma
ao lado da outra e vendem exatamente as mesmas coisas: animais de madeira, colares,
pulseiras, palitos de chifres, uns poucos batiks, cestos, é por sorte que um
turista escolhe entrar em uma e comprar algo ao invés de na outra. A dela se
diferenciava porque tinha roupas coloridas, vestidos rosa, vermelhos, amarelos,
então entrei. Ela usava um casaco de moletom, óculos escuros e uma capulana, o
tecido enrolado por cima da calça como eu já tinha reparado em muitas mulheres.
Puxei uma conversa para fazer minha pergunta de sempre - de que tribo você é?
“Sou Oshiwambo, me disse, e começamos a conversar sobre as roupas. “Esses
vestidos são de felicidade, ninguém os usa se está triste. Se alguém morre não
podemos usar, ou se alguém está doente. Sempre que vir uma mulher Oshiwambo com
eles, pode saber que estão alegres!”. “E você não perguntou o que usam quando
estão tristes?”, se espantou a minha mãe depois. Não perguntei, não cabia
menção à tristeza com uma Oshiwambo de sorriso daquele.
Namíbia. E girassóis.
O taxista me levava para o Museu
Nacional da Namibia, no minúsculo centro da capital Windhoek, quando passamos
pela ali imponente avenida Fidel Castro.
- Ele foi muito importante para
nossa libertação!
- Mas a Namíbia nunca teve um
regime comunista, certo?
- Não! – ele respondeu rindo.
As respostas-risos dos namibianos
me deixavam mais confusa do que seu inglês, língua que usávamos para aquela
conversa. Ele me recomendava colocar a bolsa na frente do corpo ao andar na
capital e prestar atenção aos batedores de carteira quando eu disse que estava
acostumada a isso porque vivia no Rio. “Ah, é brasileira então!” disse em
português. “Sim! E você é do norte” Eu já tinha aprendido que muitos namibianos
do norte falam português por terem vivido na fronteira com a Angola ou se
refugiado lá durante o apartheid. Era o caso dele, que fugiu de casa quando
jogaram gás onde morava com a família. “Primeiro fugimos para a casa da nossa
avó, depois pudemos sair do país. Eu tinha treze anos, não podia mais estudar
na escola com os brancos nem comprar o pão deles. Diziam que nós negros éramos
inferiores e não tínhamos alma, por isso podiam nos matar como gado. Agora
ainda há algum racismo, mas as coisas estão melhores.” Meus olhos se encheram
de lágrimas, e acho que ele percebeu. “Me desculpe dizer isso a você.” “Não, me
desculpe ter acontecido isso a você”.
Eu vi um bebê elefante brincando
na água para espantar o calor e estive a uma tromba de distância de outros, vi
uma foca pular no barco e golfinhos nos acompanharem pelo mar gelado. Eu vi uma
baleia. Vi estradas sendo construídas e pessoas que sobreviveram a uma matança
comandada por quem tem a mesma composição delas. Vi micro-escolas para adultos
e crianças. Vi hotéis lotados de turistas brancos sem nenhum hóspede negro em
um país onde essa população é a majoritária. Vi um homem de muletas atravessar
cânions e subir sorrindo dunas onde eu andava com dificuldade. Vi agressões
entre povos. Vi galinhas d´angola ao lado de Angola (e a cada vez cantava “só
quem sabe onde é Luanda saberá lhe dar valor”). Vi casas de todos os tamanhos e
de diferentes formatos. Vi zebras e gente comendo zebras. Vi cozinheiros e
garçons cantando entre as mesas do restaurante como profissionais da música e
gente reclamando daquela cantoria, mas vi gente se juntando a eles para cantar.
Vi um javali na beira da piscina e um furão rolando sobre a minha bolsa. Vi uma
ostra do tamanho das minhas duas mãos. Eu vi mais coisas do que poderia ter
imaginado quando saí de casa. Eu viajo para me encontrar por aí, em cada pessoa
e em cada lugar, para ver que tudo no que acreditamos é apenas interpretação,
só a forma como nos ensinaram, um modo inventado de ver o mundo. Eu viajo para
derrubar as minhas barreiras e deixar o mundo me transformar naquilo que eu
talvez já seja - e ainda assim faça tanto esforço para ser.
Okurepa, Namíbia.
“O meu olhar é nítido como um
girassol.
Tenho o costume de andar pelas
estradas
Olhando para a direita e para a
esquerda,
E de vez em quando olhando para
trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha
visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...”
Alberto Caeiro / Fernando Pessoa
Um comentário:
Bruna tão bom ver suas viagens ,sim porque tenho a impressão de ter ido lá um pouquinho!!
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