26.2.07

Gold stars

Eu vou falar sobre NY, mas antes tenho que passar por Hollywood porque lá estavam o Coppola, Spielberg e George Lucas com cara de quem combinou uma surpresa para um amigo. O amigo era o Marty, o Scorsese de Taxi Driver, Casino, Goodfellas e finalmente de Os Infiltrados. Foi a melhor parte da festa, não só por “corrigir uma injustiça histórica”, clichê preferido do Oscar, mas por imaginar aqueles quatro juntos numa conversa informal. Sobre o que falam Spielberg e George Lucas depois de uma partidinha de golfe? Nem sei se os caras jogam golfe, mas adoraria ser a mosquinha que participa desse momento.

And the Oscar went to him. "I just want to say too that so many people over the years have been wishing this for me. Strangers. You know, I went walking in the street, people say something to me. I go in a doctor's office, I go in a whatever (...) "you should win one." I'm saying thank you. This is for you”.

Mais cedo, emocionado, Forest Whitaker, de aplaudir de pé em um dos melhores filmes da temporada fazendo o público sentir carinho por um dos piores ditadores o mundo, agradeceu como sugerido pela Ellen DeGeneres, apresentadora da festa - Não é que não tenhamos tempo para os discursos, não temos para discursos chatos, então falem sobre sua infância no Bronx, mesmo que você nunca tenha ido ao Bronx. Fica legal! - E assim ele fez: “Because when I first started acting, it was because of my desire to connect to everyone. To that thing inside each of us. That light that I believe exists in all of us. Because acting for me is about believing in that connection and it's a connection so strong, it's a connection so deep, that we feel it”. Foi merecido, assim como o prêmio para Helen Mirren, rainha num filme que, não fosse por ela, por mim poderia ter passado só na HBO. Quando a Toni Collette vai ser reconhecida?

A noite elegeu Al Gore; Jack Black, John C. Reilly e Will Ferrel, para variar, me fizeram cair da cadeira de tanto rir; Miss Sunshine ganhou melhor roteiro, que é a categoria do meu coração; não vi Dreamgirls mas sei que vou adorar porque a Beyoncé naquele figurino é um espetáculo; os tomara-que-caia das mulheres continuam sendo um mistério para mim – como os melhores costureiros fazem vestidos que achatam os peitos não-siliconados? – mas gostoso mesmo foi ver a abertura Apple-style da cerimônia, com os indicados em fundo branco falando descontraidamente (oh my God, Abby, you were nominated for an Oscar!).
Vejam no behind the scenes

Every time you go to a movie is a blind date”.
Já que as vinhetas tinham frases clássicas deliciosas de filmes, acrescento aqui as minhas, tiradas da noite de ontem. Não posso creditar, não sei quem disse.
It´s a good life to be allowed to write some songs and spread some hope and some joy and some humor around. It´s not so bad, I´m pretty lucky”.

There is no people like show-people, por isso não perco uma premiação!

PS – E não é que Borat tem jeito de galã? Tempos modernos...

Para continuar no clima, promo do Spike Lee.

Um comentário:

Unknown disse...

Viva o Oscar, símbolo-mor da alta cultura contemporânea - que coincidência que quase todos os melhores filmes do mundo sao americanos!